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Capoeira no câmpus marca presença no I Acamjuv
PROJETO DE EXTENSÃO
Capoeira no câmpus marca presença no I Acamjuv
22/01/2017 11:57:46
por Hemilia Maia
Foto por: Deivid Fontes

O Projeto de Extensão e Cultura ‘Capoeira no campus: Transformando Corpos e Vidas’ em parceria com o Grupo Centro Cultural Aruandê Capoeira marcou presença no I Acampamento Territorial da Juventude da Baixada Cuiabana (I Acamjuv) da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). As apresentações realizadas no terceiro dia do evento (21.01), no Quilombo São Benedito, foram solicitadas pela própria comunidade quilombola. O grupo veio de Juara exclusivamente para o evento.

Valdeson Paula Portela, conhecido como professor Modelo, além de professor de capoeira do projeto de Extensão da Unemat/Juara desde 2007 quando surge o Aruandê explica que a criação do grupo se deu a partir do diálogo entre professores, instrutores e mestres de capoeira do antigo Capuraginga do Mestre Demétrius.

Segundo a professora de Pedagogia da Unemat, Waldinéia Antunes de Alcântara Ferreira, em 2012 a Unemat/Juara institucionalizou vários projetos de extensão e cultura do câmpus, entre eles o de dança, o de circo escola, o de artes plásticas, o da banda universitária, e o da capoeira, do qual é coordenadora desde então.

A partir de 2012 o projeto de Extensão da capoeira passa a interagir interculturalmente com a sociedade. O próprio projeto trabalha a parte prática, oficinas e rodas de conversa em torno das leis 10.639/03 que instituiu que as escolas contemplassem os estudos sobre a cultura afro-brasileira e 11.645/08 que completa a primeira incluindo nos currículos escolares a literatura e história dos povos indígenas.

Waldinéia que também é doutora em Educação, professora de Pedagogia do câmpus de Juara e coordenadora do curso de Pedagogia Intercultural Indígena na Faculdade de mesmo nome na Unemat/Barra do Bugres reforça a abrangência do trabalho desenvolvido: “Mesmo sendo um projeto de Extensão ele está diretamente ligado ao Ensino e a Pesquisa. Na Unemat o projeto faz parte do grupo de pesquisa do Laboratório de Estudos e Diversidade da Amazônia Legal (Leal)”.

De acordo com o professor Modelo este projeto de extensão traduz o tripé ensino, pesquisa e extensão proposto pela Unemat. “Essas contribuições possibilitam à comunidade acadêmica e a comunidade externa o aprendizado da cultura indígena e afro-brasileira mais a troca de conhecimentos científicos e tradicionais”, reafirma Modelo que é egresso da Unemat/Juara e hoje trabalha as questões da capoeira e das relações raciais no mestrado em Educação da UFMT.

Em 2015 os projetos de extensão institucionalizados no câmpus de Juara vieram a formar um programa de Extensão com intuito de articular e fortalecer a extensão e a cultura. No mesmo ano o programa concorreu ao Edital do Ministério da Educação e Cultura (MEC) que só agora em 2017 será contemplado com recursos financeiros para aquisição de materiais e instrumentos necessários ao funcionamento dos projetos. O projeto Capoeira no câmpus: transformando corpo e vidas atende escolas e prefeituras no Vale do Arinos e os mais diversos eventos da Unemat e dos municípios do Estado de Mato Grosso.

Grupo Centro Cultural Aruandê Capoeira – Atualmente está presente por meio de extensões em 14 municípios de Mato Grosso, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiânia e Rio de Janeiro, e nos países dos Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Bolívia. “Só em Mato Grosso entre professores e alunos o grupo tem mais de 500 pessoas. A Capoeira é uma manifestação cultural afro-brasileira constituída também na cultura Mato-grossense”, comentou Modelo.  O Aruandê como parceiro do Projeto de capoeira da Unemat ainda atende os municípios de Juara, Porto dos Gaúchos e Novo Horizonte do Norte.

O professor Modelo, que joga capoeira desde 1994, explica que Aruandê significa casa, terra dos sonhos, no dialeto Urubá. Seria um evocar do lugar onde não existiria escravidão nem opressão, lugar onde negros viveriam livres.

E uma coisa puxa outra, em 2012 surgiu o Kalunga que é um evento do Movimento Negro organizado pelo Instituto Ilê Axé e o Centro Cultural Aruandê Capoeira, em parceria com a Unemat que conta com apoio do Instituto Aruandê.  O Kalunga trabalha com temáticas de resistência da cultura afro-brasileira e também indígena considerando que muitos quilombos reuniram negros e índios.

 

 

 

 

 

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