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Professor da Unemat participa de mesa redonda sobre quilombolas no Mato Grosso
CONSCIÊNCIA NEGRA
Professor da Unemat participa de mesa redonda sobre quilombolas no Mato Grosso
18/11/2015 17:27:24
por Nataniel Zanferrari

O professor Antonio Eustáquio de Moura, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), participou na segunda-feira (16) do Encontro sobre Comunidades Quilombolas Mato-Grossenses, em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado na sexta-feira (20). Antonio participou na mesa redonda ‘População quilombola em foco’, que abordou como o Estado de Mato Grosso tem avançado na questão de políticas públicas para as comunidades quilombolas.

O tema possui grande relevância devido ao fato de Mato Grosso contar com 70 comunidades quilombolas distribuídas por 21 municípios, de acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Realizado no Auditório da Secretaria de Gestão do Estado, no Centro Político Administrativo, em Cuiabá, o Encontro foi promovido pela Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas-MT), através da Secretaria Adjunta de Assistência Social (Saas). Participaram do evento dezenas de assistentes sociais que atuam nos municípios mato-grossenses.

Antonio Eustáquio de Moura é pesquisador de comunidades quilombolas em Mato Grosso desde 2000, tendo executado atividades de pesquisa e extensão em comunidades negras rurais, principalmente nos municípios de Nossa Senhora do Livramento e Poconé. Atualmente, Antonio atua no Setor Quilombola do Museu da Unemat no Campus Universitário Jane Vanini, em Cáceres, além de ser conselheiro e coordenador do Setor de Quilombolas no Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial de Mato Grosso.

Durante a mesa redonda, o professor apresentou e detalhou o Programa Brasil Quilombola, elaborado pelo Governo Federal, que preconiza uma série de políticas públicas para as comunidades quilombolas brasileiras. Apresentou também um conjunto de fotografias que se referem ao dia-a-dia das famílias quilombolas mato-grossenses. Estas fotografias fazem parte do acervo sobre quilombolas existentes no Museu da Unemat/Cáceres, que além de diversos documentos e bibliografia, possui um acervo de duas mil fotografias digitalizadas sobre as comunidades negras rurais mato-grossenses.

Buscando fortalecer o processo de conscientização e reflexão da igualdade social e racial na sociedade, a Setas preparou uma programação com a proposta de discutir a situação da população quilombola no Estado, para que a história do negro, a sua cultura e a sua relação com a sociedade seja discutida, celebrada e valorizada. No encontro foi frisada a importância de aprimorar a implementação das políticas públicas nas comunidades quilombolas através da estruturação de um banco de dados sobre as comunidades de Mato Grosso e a criação de um Comitê Gestor Estadual para coordenar e unificar as ações dos órgãos públicos nas referidas comunidades. “Optamos pela mesa redonda por tratar-se de instrumento metodológico onde se discute um assunto, sobre o qual todos participantes tem o direito de manifestar suas opiniões de forma democrática”, justifica Marilê Ferreira, secretária adjunta de Assistência Social.

Foram convidados para participar da mesa representantes do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Cepir), Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM), Conselho Estadual da Criança e do Adolescente (Cedca) e Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CEDDPH). Também participaram técnicos e gestores do Sistema Único de Assistência dos municípios que possuem comunidades quilombolas em Mato Grosso: Acorizal, Água Boa, Barra do Bugres, Cáceres, Chapada dos Guimarães, Comodoro, Confresa, Glória D’Oeste, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Pontes e Lacerda, Porto Alegre do Norte, Porto Estrela, Rosário Oeste, Santo Antônio do Leverger, São José do Rio Claro, Várzea Grande e Vila Bela da Santíssima Trindade.

 

Dia Nacional da Consciência Negra

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. Foi criado em 2003 e instituído em âmbito nacional mediante a Lei Nº 12.519/2011, sendo considerado feriado em cerca de mil cidades em todo o país e nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro. A ocasião é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por homenageia Zumbi dos Palmares, um escravo que foi líder do Quilombo dos Palmares, que morreu em 20 de novembro de 1695. Sendo assim, o Dia da Consciência Negra procura remeter à resistência do negro contra a escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro, em 1549. A data surgiu para lembrar o quanto os negros sofreram, desde a colonização do Brasil, suas lutas, suas conquistas, ou seja, uma reflexão sobre o relevo da cultura e do povo africano e o impacto que tiveram na evolução da cultura brasileira. Mas também serve para homenagear àqueles que lutaram pelos direitos da raça e seus principais feitos.

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