Um dos desafios do Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária é investir em programas de alfabetização do trabalhador rural e garantir a continuidade de sua formação até sua chegada à universidade. Em reunião com o reitor Taisir Karim e professores da Unemat, o superintendente do Incra em Mato Grosso Leonel Wohlfahrt disse que é necessário diversificar ações no campo da Educação e para isso conta os projetos da Universidade.

“A Unemat já é parceria do Incra e continuará sendo, agora elaborando novos projetos”, afirma Taisir, referindo-se a formatura no mês de julho da primeira turma do Cpera, Curso de Pedagogia aos Educadores da Reforma Agrária, com professores dos assentamentos de oito estados do País.

Wohlfahrt diz que o acúmulo de experiências bem-sucedidas entre as instituições é um elemento estratégico nos projetos de alfabetização. “O analfabetismo faz com que muitas ações rurais sejam mal elaboradas”, confirma.

Para tanto, o Incra atua por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, Pronera. Atualmente os campi universitários de Barra do Bugres e Nova Xavantina desenvolvem projetos de alfabetização aos trabalhadores do campo e suas famílias financiados pelo Programa.

De acordo com Leonel, essas ações vão permitir as pessoas assentadas apropriarem-se de conhecimentos fundamentais a sua permanência no campo, compreendo o valor político de suas atividades.

Segundo o executor da unidade avançada do INCRA na região, Alonso Batista dos Santos, responsável por 14 municípios com 34 assentamentos e 17 acampamentos, a reforma agrária deve criar condições de desenvolvimento humano, possível somente com Educação. “As pessoas assentadas vivem em condições tão precárias que acabam colocando a Educação em segundo plano”.

Na reunião, foi discutida também a implantação de uma pós-graduação na área da agricultura familiar para qualificação de profissionais que atuam em órgãos do Estado. Os cursos seriam organizados por professores do Programa de Ciências Agro-Ambientais da Unemat.

Mudar esse quadro desfavorável no campo é consenso dentro da Universidade. “A iniciativa é importante porque irá resgatar uma parcela da sociedade historicamente excluída dos processos de Educação”, lembra Laudemir Zart, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação.

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