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Pobreza e falta de saneamento aumenta em 5 vezes o risco de morte por diarréia em crianças
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Pobreza e falta de saneamento aumenta em 5 vezes o risco de morte por diarréia em crianças
06/02/2013 14:28:04
por Lygia Lima
Foto por: Francismar Petini

Fatores como a falta de saneamento básico, pobreza e água tratada aumenta em até cinco vezes o risco de morte por diarréia em crianças menores de um ano. O resultado alarmante foi apontado na dissertação de mestrado defendida nesta semana no Programa de Ciências Ambientais da Unemat pela egressa de Enfermagem da instituição, Helena Ferraz Bühler, intitulada “ A diarréia infantil no Brasil: análise espacial de indicadores integrados de saúde e ambiente”.

A pesquisadora fez uma análise espacial dos indicadores integrados de saúde e ambiente em todas as regiões do país e descobriu que nas regiões Norte e Nordeste, sobretudo na Norte a morbidade em crianças menores de um ano por diarréia são até cinco vezes maiores do que o percentual registrado na região Sul.

Segundo ela, as condições ambientais e socioeconômicas são fatores determinantes para aumentar o risco de morte em crianças. Entre os indicadores pesquisados por Helena tem se percentual de moradores em extrema pobreza, a quantidade de dependentes econômicos por familiar economicamente ativo em cada residência, o número de pessoas que jogam o esgoto diretamente no meio ambiente sem qualquer tratamento, a falta de abastecimento de água tratada e água encanada dentro da residência. Também foram considerados no estudo os indicadores como a presença ou não de sanitários e coleta de lixo.

Para a pesquisadora esses indicadores respondem por quase 50% dos casos de internações por diarréia em crianças menores de um ano, e por um quarto das mortes por diarréia registradas, o que aponta para a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura básica de saúde e meio ambiente, como o saneamento básico e água tratada.

Outro ponto que a pesquisa de mestrado realizada na Unemat aponta é para os locais em que ocorre a maior incidência de mortes por diarréia, justamente a região Norte do Brasil, que é uma das regiões mais ricas em recursos hídricos. “Mas a água não chega dentro das casas”, lamenta a pesquisadora.

A orientadora da pesquisa de mestrado, professora Eliane Ignotti destaca a importância do trabalho. “A pesquisa mostra como a saúde da população é impactada por esses indicadores e esses resultados podem e devem nortear ações governamentais”, diz.

A professora Sandra Hacon, que atua na Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) que participou da banca de defesa da dissertação de mestrado destaca a importância do trabalho como científico e técnico para nortear as ações de políticas públicas. “Essa pesquisa é um trabalho interdisciplinar e mostra o cenário da diarréia infantil no Brasil, que é diretamente afetado pelas condições de desigualdades”, afirma.

A professora e pesquisadora da Fiocruz aproveitou para destacar a magnitude e o pioneirismo da pesquisa que foi desenvolvida dentro do mestrado em Ciências Ambientais da Unemat.

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