A aplicação das geotecnologias nos estudos do Pantanal e de áreas úmidas está em discussão no 3º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal - 3º GeoPantanal, evento técnico-científico que ocorre em Cáceres, cidade localizada a 210 quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso.

O simpósio teve início no sábado (16), com a capacitação teórica e prática de 137 professores, estudantes e profissionais. Cerca de 300 pessoas vindas de diversas regiões do País e do exterior participam do evento que apresenta pesquisas inovadoras focadas em geoprocessamento, uso de imagens de satélite e sensoriamento remoto, entre outros.

“Levar a ciência à população é um desafio”, afirma o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP) João Vila, coordenador técnico do evento. A sugestão de realizar em Cáceres a 3ª edição do GeoPantanal foi feita pela professora Sandra Mara Alves da Silva Neves, da Universidade do Estado de Mato Grosso - Unemat

A região possui características muito peculiares, tanto sob o aspecto social quanto econômico. Além da questão financeira, as grandes distâncias também dificultam o acesso à informação. “Se os nossos profissionais não têm como ir aos centros produtores de tecnologia, nós temos que levar a eles esse conhecimento”, explica Sandra.

Para a professora, a Unemat e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) precisam contribuir com a melhoria do ensino na região, incorporando novas tecnologias na formação dos estudantes. Também têm o compromisso com a qualificação dos profissionais que estão no mercado de trabalho e com a sociedade.

Por isso, mesmo diante das dificuldades de infraestrutura, a parceria entre as instituições públicas de ensino e pesquisa matogrossense e com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) foi fundamental para mostrar que o conhecimento está disponível para todos, de acordo com Sandra.

Entre os participantes do simpósio está o estudante do curso Técnico Florestal do IFMT Widson Assunção Alves. Como se forma este ano, ele aproveitou a oportunidade para adquirir mais experiência e melhorar o currículo participando do treinamento “Uso de GPS (Sistema de Posicionamento Global) no georreferenciamento de imóveis rurais”.

O professor Alex Mota veio de Ji-Paraná, em Rondônia, para se atualizar em georreferenciamento. Doutorando em Engenharia Ambiental na Universidade do Algarve, em Portugal, Mota elogiou a escolha da região e disse que ficou impressionado com a qualidade e a muldisciplinaridade dos profissionais envolvidos no evento.

Já o estudante de Geografia do Centro Universitário de Brasília (UniCeub) Jean Carlos Ferreira de Alencar estava buscando conhecimentos básicos. Por isso, matriculou-se no curso “Uso de geotecnologias no monitoramento agrícola e ambiental” e disse que teve uma introdução excelente da área.

O GeoPantanal é um encontro que busca divulgar as pesquisas e promover a troca de experiências sobre o Pantanal. O simpósio contribui para disseminar o uso das geotecnologias e estimular a preservação do bioma, além de facilitar o contato com especialistas nacionais e internacionais.

As primeiras edições foram realizadas em Campo Grande e em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Nesta edição, que vai até dia 20, participam cientistas do Brasil, Argentina, Bolívia e Estados Unidos. Eles vão discutir os impactos das mudanças climáticas no Pantanal, licenciamento ambiental, políticas de gestão para conservação de paisagens, entre outros temas.

A organização do simpósio é da Embrapa Informática Agropecuária, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Unemat e IFMT. Conta com apoio da Embrapa Pantanal (Corumbá, MS), Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), Fapemat, Ministério do Meio Ambiente, Agência Espacial Brasileira (AEB), entre outros.

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