O professor indígena Korotowi Taffarel, da etnia Ikpeng, iniciou curso de mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Mato Grosso em 2008. O docente se formou juntamente com 184 professores indígenas, em 2006, e agora compartilha da alegria de ver outros 90 indígenas concluindo sua graduação na Faculdade Indígena Intercultural, em colação de grau realizada nessa terça-feira (14.07), em Barra do Bugres.
Ele afirma que dedica essa vitória a todo o seu povo e incentiva os colegas na busca de maior qualificação. “As coisas estão em movimento e o professor tem que se atualizar, de forma continuada”, aconselha.
Sua atuação na docência começou em 1990, com alunos de Educação Básica, no Xingu. Na aldeia onde mora, estudou até o magistério, de onde só saiu para fazer o Terceiro Grau Indígena, na Unemat em Barra do Bugres, assim como a maioria dos formandos.
Atualmente, atua na coordenação pedagógica da Escola Estadual Central Ikpeng e como professor auxiliar para os colegas na Faculdade Indígena. “A qualificação abriu mais a forma de trabalho com os alunos da aldeia e o planejamento das atividades, de forma interdisciplinar. As disciplinas não estão isoladas: história, matemática, tudo é linguagem, tudo se lê”.
Diferentes histórias- Egressos como Korotowi Taffarel acompanharam a Faculdade Indígena Intercultural desde que a educação superior específica e diferenciada para esse público ainda era uma idéia em discussão em Mato Grosso. Os diferentes desafios, conquistas e lutas que escreveram essa história foram lembradas na aula da saudade, realizada em Barra do Bugres, nessa segunda-feira (13.07).
Na ocasião, os formandos Sergio, Valdivino Umutina e Tino Xavante, além de professores e técnicos prestaram homenagens. “Essa história é escrita por vocês: pelos que já concluíram e por aqueles que estão fazendo a graduação”, disse o Reitor, Taisir Karim.
Em 1995 foi criado o Conselho de Educação Escolar Indígena (CEI/MT), que se constituiu num espaço de discussão, reflexão e luta pela Educação Escolar Indígena. Somente em 2001 teve início oficialmente o Projeto de Formação de Professores Indígenas (ainda 3º Grau Indígena), com a realização do vestibular e o início das aulas no mês de julho. Em janeiro de 2005 tiveram início as aulas para a 2ª turma.
Novas histórias- Durante o 2º Congresso Universitário da Unemat, realizado em dezembro do ano passado, foi aprovada a criação da Faculdade Indígena Intercultural, incorporando as ações relacionadas a Educação Superior Indígena.
Nesta semana (14.07) foi assinada a Resolução 018/2009, criando administrativamente a Faculdade, vinculada ao campus de Barra do Bugres. “A Unemat passa a ser a grande referência na formação indígena. Não uma formação pronta, mas uma universidade de fato feita pelos povos indígenas”, comemora o coordenador, Elias Januário.
Além da execução de cursos de licenciatura e bacharelado, a Faculdade Intercultural objetiva a abertura de vagas em cursos regulares de pós-graduação lato e stricto sensu e administração do Museu Indígena a ser implantado.
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