A professora doutora Thaís Nívea de Lima e Fonseca da Universidade Federal de Minas Gerais ministra conferência “A escrita da história escolar e o diálogo possível com a historiografia”, a partir das 19h30 desta sexta-feira (14) na AABB. No período da manhã a professora e autora de vários livros e artigos sobre o ensino de história participou de uma mesa-redonda com o tema: “Ensino de História: cultura e diversidade”, onde também participaram a professora drª Ana Maria Marques (UFMT) e o professor ms. Osvaldo Mariotto Cerezer (Unemat).

A professora Thaís Nívea ressaltou que os encontros promovidos pela Associação Nacional de História são espaços privilegiados para que os estudantes de graduação possam apresentar trabalhos e ampliar os conhecimentos para o processo de formação visto que podem ter contato e trocar experiências com pesquisadores renomados e estabelecidos. “Além do mais, esses encontros propicia o fortalecimento dos núcleos de pesquisa” afirmou lembrando que sobretudo nos estados onde as universidades são jovens e os professores e pesquisadores também são jovens.

A conferencista também discutiu a dimensão do futuro professor, sendo necessária a integração de pesquisa e ensino. Ela acredita que as discussões sobre a formação teórica se aprofundaram, mas na prática o professor ainda não executa o que vê na teoria. Mesmo assim Thaís Nívea acredita que já houve avanços significativos, mas reconhece que ainda há um longo caminho a percorrer.

Para ela, as condições de trabalho, recursos materiais que vão estão para além das salas de aula interferem na prática do professor, mas ela afirma que não se pode creditar somente às condições materiais as poucas mudanças que são percebidas. “É fundamental que já uma mudança de comportamento do professor, é preciso que ele tenha lealdade ao que aprendeu no seu curso de formação”. Thaís Nívea lembra que o professor precisa conhecer mais sobre a historia da disciplina que ministra, saber como se deu o processo de construção dos currículos e da instituição da disciplina para que ele possa refletir sobre sua prática.

A professora, autora do livro “História e Ensino de História”, pela editora Autêntica, afirmou ainda que a pesquisa no ensino de história é uma área consolidada na historiografia brasileira, e vem ganhando mais espaço nos programas de pós-graduação também. Sobre a evasão nos cursos de licenciatura, a pesquisadora acredita que isso ocorra por algumas razões, entre elas a desvalorização do magistério, a falta de formação continuada, a falta de planos de carreira que em muitos estados ainda não existe, além do que muitos alunos que também são trabalhadores não conseguem acompanhar o curso e acabam desistindo. Sobre a discussão entre cursos de bacharelado e licenciatura, a professora lembra que o campo de trabalho para pesquisador/bacharel é muito restrito.

O V Encontro Regional de História é realizado pela Associação Nacional de História, seção Mato Grosso em parceria com o Departamento de História do campus da Unemat em Cáceres.

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