O processo de cheias e secas no pantanal, denominado cientificamente como pulso de inundação e a sua relação com a produtividade pesqueira é avaliado em projeto desenvolvido pela Universidade do Estado de Mato Grosso, Unemat. Ligado a Rede de Pesca do Centro de Pesquisa do Pantanal, CPP, o projeto envolve pesquisadores de Universidades e instituições de pesquisas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A proposta é fazer uma análise comparatória entre os processos ecológicos presentes na parte norte e sul do pantanal e que possibilitam a existência desses sistemas.
No Pantanal norte, o projeto é coordenado pela professora da Unemat, doutora Carolina Joana da Silva e tem como objeto de estudo a Bahia Caiçara -Rio Paraguai -situada no município de Cáceres. A pesquisa avalia entre outros fatores a grande variedade de peixes existentes, a produtividade em relação com os habitats e as condições da água.
“Estão sendo utilizadas todas as estratégias de pesca para verificar a diversidade de peixes, a produtividade e a condição limnológica. Vamos ver quais os habitats mais produtivos e os menos produtivos, se são os de águas abertas, sem macrófitas (vegetações) aquáticas, ou águas com macrófitas”, explica Carolina Joana apontando outros critérios de investigação
“vamos experimentar também o fundo da Bahia, que tem conexão com o rio e uma parte da bahia que fica conectada o ano inteiro. Cerca de 8 a 10 pontos estão sendo avaliados e serão medidos a cada 2 meses”.
A pesquisadora da Embrapa/MS que coordena o projeto no pantanal sul mato-grossense doutora Emiko Resende esteve em Cáceres nesta semana, contribuindo no trabalho de campo, no sentido de padronização das metodologias aplicadas nas pesquisas. Ela explica a importância do trabalho comparativo no processo de cheias e secas nas duas regiões para entender o funcionamento da vida no Pantanal e possibilitar o indicativo de formas de uso sustentável.
“Isso está diretamente ligado a esse encher e secar de todo ano que a ciência chama de pulso de inundação. Só que esse pulso tem certa defasagem em função também da frente de cheia que vai chegar em Corumbá. A água que cai aqui demora mais ou menos uns três meses para chegar em Corumbá. Então é interessante entender como acontece essa defasagem, como isso afeta os peixes, e como essas comunidades de peixes funcionam nesses ambientes inundáveis” defende a pesquisadora. .
Segundo Emiko, a proposta de trabalho em rede fortalece o trabalho de estudo dos sistemas inundáveis e resulta no entendimento sobre o amplo universo da biodiversidade do pantanal, influenciando particularmente na vida aquática “os peixes são a base da cadeia alimentar de uma enorme quantidade de animais, aves, jacarés,entre outros. Há uma dependência alimentar muito grande o que indica essa relação”, explica
O potencial pesqueiro do Rio Paraguai é um dos destaques segundo os estudiosos para a necessidade do desenvolvimento de pesquisas. O Pantanal tem na pesca a segunda atividade econômica mais importante, mas apesar deste potencial, segundo o professor da Unemat, Claumir César Muniz, pouco se sabe sobre os processo ecológicos que estão relacionados a essa atividade .
“Sobre a dinâmica principalmente das espécies tidas como mais importantes para a pesca se tem pouco informação. E agente esta buscando levantar outros dados e informações a esse respeito” afirma Claumir.
Recursos Humanos
A estruturação e formação de recursos humanos é outro propósito do projeto na Unemat. Para isso, estão envolvidos nas pesquisas, além de professores que utilizaram o estudo de peixes em seus cursos de pós-graduação, alunos que desenvolvem trabalhos de conclusões de cursos.
Entre os acadêmicos estão os licenciandos em Biologia do Campus Jane Vanini Cáceres, Hugmar Pains e Paulo Baleeiro que trabalham em suas propostas monográficas, respectivamente com peixes e plantas aquáticas. Esses jovens pesquisadores vêem no projeto a possibilidade do aprofundamento nas pesquisas e continuidade dos estudos em outros níveis de formação, como mestrado e doutorado.
Destaque
Estudos conceituais sobre pulso de inundação e a descarga das águas no pantanal já deram destaques a Unemat no exterior. A pesquisa desenvolvida na região de Cáceres, pela professora Carolina Joana foi apresentado em julho do ano passado, na Holanda, em Reunião Internacional sobre Ecologia de Áreas Úmidas.
Na ocasião, a Unemat representou a América latina em um simpósio que reuniu um seleto grupo de 6 pesquisadores para apontar as características ecológicas e mudanças ocorridas em todos os continentes.
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