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Pesquisadores apresentam resultados de estudo sobre cadeia produtiva da castanha
PÓS-GRADUAÇÃO
Pesquisadores apresentam resultados de estudo sobre cadeia produtiva da castanha
29/05/2019 09:37:18
por Danielle Tavares
Pesquisadores conversam com pessoas envolvidas na cadeia produtiva da castanha
Pesquisadores conversam com pessoas envolvidas na cadeia produtiva da castanha

Retornar para a comunidade o conhecimento produzido nos cursos de mestrado e doutorado é um das etapas da pesquisa, no programa em Ciências Ambientais da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

Com esse objetivo, na última semana (24 e 25/05), professores e alunos de pós-graduação de Cáceres promoveram encontro com as pessoas envolvidas na extração e comercialização da castanha do Brasil, em Itaúba (600 km de Cuiabá). A atividade é tão relevante para a economia local que o município é conhecido como “capital estadual da castanha”.

Mais de 70 pessoas da comunidade se reuniram na Escola Estadual Papa João Paulo II para ver a apresentação dos resultados da pesquisa de mestrado, denominada “Castanha no município de Itaúba, Mato Grosso: um retrato do conhecimento etnobotânico e comercialização nas margens da BR 163”, de autoria da agora mestra Sonia Aparecida Luciano Ferreira.

A área de abrangência da pesquisa incluiu as margens da BR 163, onde estão localizados os pontos de venda de castanha, locais de mata de castanha e zona urbana, onde foram contatadas as pessoas que fazem o manejo do produto em suas residências.

Cerca de 40 atores sociais do município colaboraram com a pesquisa, entre eles, pessoas ligadas à comercialização de castanha, quebradeiras e um produtor de mudas. São eles que conhecem, explicam e recriam as suas tecnologias no interior das comunidades.

“Compartilhar o resultado da pesquisa, interpretado à luz das concepções teóricas, com os grupos sociais envolvidos é mais do que uma obrigação da Universidade. Ao longo dos últimos anos, tem se constituído em ricos momentos de estreitamento dos laços entre os saberes dos povos e o acadêmico”, disse a professora orientadora da pesquisa, Maria Antonia Carniello.

Para além dos castanhais- A cadeia produtiva da castanha compreende, desde o ambiente natural, até o produto final e sua comercialização. A pesquisa aponta que a atividade possibilita o entendimento do uso da floresta de forma rentável, sustentável e proporciona a manutenção da biodiversidade.

“A presença dos castanheiros nos castanhais inibe a entrada de invasores em busca de explorar recursos da floresta, contribuindo para a conservação desta e de outras espécies nativas da Amazônia”, escreve Sonia Aparecida Ferreira.

As práticas adotadas pelos castanheiros estão associadas ao conhecimento acumulado por intermédio da vivência nas matas, que são anteriores ao advento da castanha como fonte comercial. Também são orientadas por manuais do Ministério da Agricultura sobre boas práticas de manejo para o extrativismo vegetal sustentável orgânico.

“Com 13 anos do programa de Ciências Ambientais da Unemat, estamos focando cada vez mais na consolidação da relação da universidade com a sociedade”, disse a coordenadora, Áurea Regina Ignácio. 

Além do evento na escola, os pesquisadores da Unemat conversaram com feirantes em barraquinhas de vendas e nos castanhais. Também participou das atividades o professor Aumeri Carlos Bampi, que atua com Epistemologia Ambiental, Educação Ambiental para a sustentabilidade, Ciências Sociais e desenvolvimento regional.

 

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