A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) sedia, de hoje (19) a quarta-feira (21), a 5ª edição do Seminário Integrado de Pesquisa sobre Expansão, Acesso e Permanência na Educação Superior (Siapes). O evento está sendo realizado no Auditório do Hotel La Barca, em Cáceres.
O Seminário tem como público-alvo professores e alunos pesquisadores de dois estados da Região Centro-Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, abrangendo nessa região cinco universidades públicas: a Unemat, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD); além de uma universidade privada sem fins lucrativos, a Universidade de Cuiabá (Unic), e uma privada-comunitária-
A temática em estudo pelo grupo são as Políticas de Educação Superior, em específico as de Acesso e Permanência. O 5º Siapes é uma realização do Grupo de Pesquisa em Acesso e Permanência na Educação Superior (GPapes) da Unemat com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), em parceria com o Subgrupo Temático 5 do Observatório da Educação (Obeduc), vinculados à Rede Universitas/BR.
O evento teve início às 14 horas, com formação de mesa de honra, composta pela reitora Ana Maria di Renzo; pelos pró-reitores de Pesquisa e Pós-Graduação, Rodrigo Bruno Zanin; de Extensão e Cultura, Alexandre Gonçalves Porto; de Gestão Financeira, Weily Toro Machado; a pró-reitora substituta de Ensino de Graduação, Rinalda Bezerra Carlos; a diretora de Gestão de Educação a Distância da Unemat, Nilce Maria da Silva; o coordenador do GPapes/Unemat,Fernando Cezar Vieira Malange; e a coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Políticas de Educação Superior (Geppes) da Rede Universitas/BR, Carina Elizabeth Maciel.
Na sequência, o professor Dilvo Ristoff ministrou palestra sobre a permanência na Educação Superior brasileira. Ristoff é professor titular aposentado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ex-diretor de Políticas e Programas de Graduação do Ministério da Educação.
De acordo com professor Ristoff, o grande desafio hoje para o acesso à Educação Superior é consolidar o processo inicial de interiorização das universidades públicas dos últimos anos. “Além disto, que precisa ser consolidado, o processo, de grande impacto, de afirmação do acesso de grupos historicamente excluídos, como pretos, pardos e indígenas. O câmpus é bem ‘mais branco’ que a sociedade brasileira. Então há uma necessidade de avançar, especialmente na inclusão deste grupos, além de consolidar o que nós iniciamos especialmente em termos de interiorização e expansão das universidades públicas gratuitas”.
Na questão da permanência, o professor defende que o desafio é criar condições para os alunos. “Precisamos ‘garantir as fraldas para o bebê que nós criamos’, para usar uma expressão. Porque, no momento em que você traz mais pessoas pobres, vindos da escola pública, filhos de pais sem escolaridade superior, você também está trazendo gente com grande dificuldade de se manter e sobreviver no campus”, explica. “Então você precisa de muitos subsídios para garantir que estas pessoas não se evadam por falta de condições financeiras, para se sustentar”, afirma Ristoff, que ainda destaca a importância de programas para manutenção e expansão de uma estrutura que permita que o estudante permaneça no Ensino Superior, como o Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), nas universidades federais, e o Programa Nacional de Assistência Estudantil Para Instituições de Educação Superior Públicas Estaduais (Pnaest), nas universidades estaduais que participam do Sistema de Seleção Unificado (SiSU).
Já a coordenadora do Geppes, professora Carina Elizabeth Maciel lembra que os desafios são muitos, “porque não é só boa vontade. A gente precisa de financiamento. E até um período atrás nós tínhamos algumas políticas voltadas para a questão do acesso e da permanência, e também a própria compreensão do que significa permanência”, afirma a professora. “Permanência não é só bolsa, são ações que a instituição precisa desenvolver de forma conjunta pra favorecer o acadêmico, para que ele permaneça no seu curso, inclusive por meio de ações pedagógicas, de envolvimento dos professores”, explica Carina.
O evento continua amanhã (20) com palestra e debate sobre internacionalização da Universidade, com a professora Denise Leite e mediação da professora Elizeth Gonzaga dos Santos Lima.
Roda de conversa
Na manhã de hoje (19), a Unemat promoveu uma roda de conversa entre a equipe de diretores da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg), com o professor Dilvo Ristoff, na Cidade Universitária. “Nós aproveitamos uma oportunidade porque ele teve uma manhã livre, e aí nós promovemos uma roda de conversa para discutirmos como está a situação do Ensino Superior no Brasil”, explica a pró-reitora substituta, Rinalda Bezerra. “Ele fez uma contextualização para que nós pudéssemos dirimir algumas dúvidas acerco do processo de acesso e permanência ao Ensino Superior no Brasil”, disse Rinalda.
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