PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIODIVERSIDADE E AGROECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS: PERFIL DE EGRESSOS E MESTRANDOS
Resumo: Esse estudo objetivou traçar o perfil dos mestrandos (2018) e egressos do curso de Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos da Universidade do Estado de Mato Grosso. Para a obtenção dos dados foi aplicado um questionário semi-estruturado, composto por questões objetivas e dissertativas. As respostas foram analisadas e armazenadas em um banco de dados. Verificou-se que o Programa tem atendido principalmente biólogos e agrônomos formados pela UNEMAT. Estes são jovens com média de 30 anos de idade, a maioria do gênero feminino, com formação voltada para a área de Ciências Ambientais e Educação. Seus egressos estão atuando em empresas e instituições da região em sua área de formação, como técnicos, pesquisadores e principalmente professores. Assim, o Mestrado em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos têm conseguido atingir seu objetivo de preparar profissionais para atuar no bioma amazônico, bem como manter o caráter ambiental entre as turmas de mestrandos.
Palavras-chave: ciências ambientais; educação superior; atuação profissional.
INTRODUÇÃO
O Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos (PPGBioAgro) é ofertado pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) no campus de Alta Floresta desde 2012, ano de sua criação. A área de concentração do curso visa atender o binômio desenvolvimento e sustentabilidade e enfoca estudos sobre a biodiversidade no bioma amazônico e a exploração sustentável dos agroecossistemas amazônicos almejando à promoção de sistemas de produção que mantenham ou aumentem a diversidade biológica. Recentemente está concentrado na área de Ciências Ambientais e tem duas linhas de pesquisa: diversidade biológica e agroecossistemas amazônicos. Atualmente o PPGBioAgro tem processo seletivo anual, com um quadro de 14 docentes efetivos e um colaborador, professores das áreas biológicas e agrárias.
Já foram formados 84 mestres. De acordo com as diretrizes do Programa, estes profissionais ao final do curso devem ter capacidade crítica e integradora para identificar e resolver problemas através do conhecimento dos recursos naturais regionais, considerando a conservação da biodiversidade e valorizando produtos regionais.
Este trabalho refere-se a uma atualização dos dados gerados na pesquisa de Veiga et al. (2015), sobre o perfil dos mestrandos e egressos do PPGBioAgro da Universidade do Estado de Mato Grosso. Tem como propósito elucidar o perfil da turma de 2018 e verificar as atividades que os egressos estão desenvolvendo após o término do curso.
Assim, espera-se que esta pesquisa auxilie na verificação do perfil dos ingressantes no curso corresponde à área de Ciências Ambientais e se o objetivo de formar profissionais para trabalhar na região e/ou a darem continuidade aos estudos através de um Doutorado está sendo atingindo, uma vez que estas informações são importantes para o atendimento das diretrizes, programação e fortalecimento do Programa.
MATERIAL E MÉTODOS
Tratou-se de um estudo exploratório-descritivo com abordagem quantitativa. A amostra foi constituída pelos egressos e mestrandos do Programa Strictu Sensu em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Alta Floresta. Foram avaliadas as turmas entre o período de 2012 a 2018, totalizando 103 acadêmicos.
O instrumento de coleta de dados constituiu-se de um questionário semi-estruturado do tipo auto-aplicável, composto por questões abertas e fechadas. O qual foi submetido aos 103 participantes eletronicamente via e-mail. Os que aceitassem colaborar com a pesquisa deviam reenviar o questionário respondido. As perguntas eram referentes à formação acadêmica, atuação profissional e o futuro acadêmico.
Os resultados foram compilados em um banco de dados no Microsoft Office Excel. As respostas foram analisadas de acordo com a sua natureza. Para as questões fechadas, foram tabuladas suas frequências em cada categoria prevista e calculada a porcentagem de sua ocorrência. As questões abertas foram submetidas à análise de conteúdo, sendo agrupadas em categorias de acordo com o tema da questão e citadas ao longo do texto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram da pesquisa 95 respondentes, sendo 65 egressos e 30 mestrandos. Deste total 58,9% são do gênero feminino e 41,1% masculino (Tabela 1). A maioria dos acadêmicos ingressantes no curso é jovem, com faixa etária entre 20 a 29 anos (Figura 1), com apenas 10,52% dos egressos e mestrandos com faixa etária entre 40 e 49 anos.
Tabela 1. Gênero dos egressos e mestrandos do PPGBioAgro.
Turmas |
Feminino |
Masculino |
2012 |
8 |
5 |
2013 |
6 |
8 |
2014 |
10 |
4 |
2015 |
6 |
4 |
2016 |
9 |
5 |
2017 |
9 |
6 |
2018 |
8 |
7 |
Total |
56 |
39 |
Os egressos do PPGBioAgro em sua maioria são biólogos, seguidos de agrônomos e engenheiros florestais (Figura 2). Este resultado pode ser explicado pela própria localização do Programa, que se encontra em um campus que oferta os três cursos mais expressivos. O caráter multidisciplinar do Programa também é observado pela presença de geógrafos, químicos, matemáticos, veterinários entre outros profissionais que realizam o curso. Outra característica a destacar é que vários egressos cursaram dois ou mais cursos de graduação. Além da graduação, muitos já possuem uma Pós-graduação Lato Sensu no currículo, principalmente nas áreas de ciências ambientais e educação.
Também foi verificado que o número de docentes que ingressaram no programa para qualificação tem se mantido durante os anos. Nas turmas de 2012 a 2014 havia no total apenas dois docentes por turma, na turma de 2015 são três docentes concursados da rede estadual de educação e dois do Instituto Federal do Mato Grosso, na turma de 2016 são seis docentes, na turma 2017 são 3 docentes e na turma 2018 são 3 docentes concursados da rede estadual e docente do Instituto Federal do Mato Grosso. Todos estes foram liberados para qualificação profissional não necessitando de bolsa do programa.
Com relação à linha de pesquisa que desenvolveram no mestrado, os egressos se encontram distribuídos homogeneamente, havendo apenas uma variação nas áreas de formação para cada linha de pesquisa. Nota-se que para a linha de pesquisa em Agroecossistemas houve uma dominância de agrônomos, enquanto que para Biodiversidade houve uma dominância de biólogos (Figura 3).
Para os egressos do curso foi constatado que aproximadamente 69% estão trabalhando em instituições de ensino como professor. Os demais estão trabalhando em empresas com enfoque ambiental, cursando doutorado ou pós doutorado (Figura 4). Os que estão atuando no ensino dividem-se na Educação Básica e Superior, sendo que a maioria dos egressos que estão atuando como professores do Ensino Superior lecionam na própria UNEMAT, portanto, o Programa de mestrado está contribuindo para a formação qualificada do quadro de docentes de sua instituição.
Já os que estão realizando o doutorado representam 24% dos egressos, sendo três da primeira turma, seis da segunda, dois da terceira, três da quarta turma e cinco da quinta turma. As instituições e cursos são: quatro através da Rede BIONORTE na área de Biodiversidade; um na UNICAMP na área de desenvolvimento rural sustentável, cinco na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) na área de Ecologia, dois na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, três na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), um na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em Ciências Biológicas (Botânica), um na Universidade de Brasília (UnB) em Biotecnologia e Biodiversidade-Rede Pró Centro Oeste, um na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e um na área de Entomologia e Conservação da Biodiversidade pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Quatro egressos da turma de 2012 já terminaram seus cursos de doutorado, destes, um está atuando como pesquisador no grupo Maggi, um está com bolsa PNPD do programa, um está fazendo pós doc na Universidade Federal de Santa Maria, na área de solos e outro está trabalhando com consultoria ambiental.
Segundo este trabalho de acompanhamento, a expectativa ao final do curso para os que ainda estão matriculados no Programa é que consigam dar continuidade em seus estudos ingressando em um doutorado, principalmente, nas áreas de Botânica, Ecologia, Ciências Florestais e Agronomia. No entanto, muitos relatam que antes de pleitearem um doutorado pretendem ganhar mais experiência trabalhando em sua área de formação, para que possam chegar ao doutorado com conhecimento prático.
CONCLUSÕES
O Acompanhamento de Egressos é uma ferramenta que tem por objetivo monitorar a inserção dos egressos no mercado de trabalho ou em pós-graduações, e conhecer a opinião destes, em relação à formação acadêmica recebida, buscando sugestões para a melhoria contínua do PPGBioAgro.
Os principais objetivos dos mestres ao ingressarem no PPGBioAgro eram ascender profissionalmente, melhorar o currículo e ampliar os conhecimentos acadêmicos. Os egressos afirmaram que o programa atendeu as suas expectativas, indicando assim, uma boa avaliação do curso realizada pelos estudantes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VEIGA, J.B.; SILVA, A.C.S.; SILVA, I.V. Programa de pós-graduação em Biodiversidade e Agroecossitemas: perfil dos egressos e mestrandos. In: SEMINÁRIO DE BIODIVERSIDADE E AGROECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS, 2., 2015, Alta Floresta. Anais... Cáceres: SemBioAgro, 2015. p. 33-39.