Assuntos Estudantis
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Este é o João, aluno da Unemat. Ele tem uma trajetória de lutas e conquistas. Com um pouco mais de oportunidades, João terá uma história de sucesso para contar.
São diversas as histórias pessoais que a Universidade do Estado de Mato Grosso transformou. Oportunidades de crescimento e melhores condições são caminhos que um curso de Nível Superior pode proporcionar. Acesso e permanência na universidade pública dependem de investimento e de participação social.
João da Silva é um brasileiro que precisa abraçar as oportunidades para conquistar melhores condições sociais. Ele vem seguindo os ensinamentos e valores de sua mãe para realizar um sonho dos dois: cursar a universidade pública. Quem busca o Ensino Superior público sabe que este é um caminho consistente para ter sucesso na vida.
A Unemat tem fortalecido suas políticas de permanência e assistência estudantil. É dever de todos e é exercício da cidadania contribuir para que mais pessoas tenham oportunidade de estar no Ensino Superior, principalmente o Ensino Superior público. João, assim como outros diversos acadêmicos, precisa de ajuda. João busca um emprego para manter-se em Sinop, cursar Ciências Econômicas e se tornar um profissional que mude a realidade dele e dos grupos sociais em que está inserido.
Leia a história de João, narrada por ele em uma carta e se identifique com essa trajetória de lutas:
“Eu me chamo João Silva, filho de Joselita com João Eduardo; irmão de Rute, Raquel e Davi. Morador da cidade-satélite de Brasília conhecida como Samambaia-DF. Assim como Luter King, tenho os meus sonhos. Há um ano, em janeiro de 2018, tive de enfrentar o pior dia da minha vida. Enterrei minha mãe, uma senhora de 65 anos. A minha mãe é uma das mulheres que também disse a frase “eu passo fome, mas não abandono meus filhos”. Ela fazia casquinhas e pastéis e vendia na frente de uma escola (Escola Classe 121 de Samambaia).
Mesmo ainda criança, me lembro de que ela dizia que sonhava em ter um filho na universidade pública. Mas a correria de trabalhar para comer, às vezes, impede de estudar. Eu mesmo comecei a trabalhar aos 12 anos na mesma profissão de minha mãe. Lembro que quando cheguei à adolescência, ficava com vergonha de receber visitas dos meus amigos em casa, porque o piso da casa deles era de cerâmica e o meu era de chão batido. Para resolver esse problema, eu juntei dinheiro vendendo pipoca e fiz um piso queimado com xadrez. Eu tinha muito orgulho daquele piso, para mim parecia porcelanato.
Quando arrumei o piso, as paredes da casa que eram de resto de madeira recolhido em lixões se destacaram. Tinha um piso bonito, mas as pareces da casa não acompanharam a evolução. Foi neste tempo, que além de negociar com as pipocas, comecei a vender amendoim torrado, para acrescentar na renda. Assim, consegui trocar as paredes de madeira por tijolos vermelhos, o que para nossa família, ter uma casa com piso e tijolo vermelho, representava uma grande prosperidade.
Mas voltando a janeiro do ano passado. No dia do enterro, eu fiz uma promessa para minha mãe. Eu iria entrar numa universidade pública. O grande desafio é que eu já tinha meus 38 anos e não havia concluído o ensino médio. Fazer promessas é fácil, mas cumprir é que é para poucos. E sou um desses poucos. Fiz a inscrição do Encceja, estudei em casa sozinho, assistindo vídeos do Youtube e lendo PDF. Fui aprovado. Foi em novembro de 2018 que fiz o ENEM.
Em fevereiro de 2019, recebi a notícia tão esperada. Fui aprovado e convocado pela Universidade do Estado de Mato Grosso – Câmpus Sinop para estudar no curso de Ciências Econômicas. Primeiro, fiquei feliz. Segundo, fiquei preocupado. Afinal, não tinham nenhum dinheiro no bolso para viajar de Brasília a Sinop.
Eu nunca tinha ouvido falar em Sinop. Não conheço ninguém nesta cidade. Mesmo assim aceitei o desafio de ser universitário, nem que tenha que ser morador de rua e universitário. Não perderia a oportunidade. Através de uma vaquinha feita pelo Facebook, consegui comprar minha passagem. Eu tinha três metas para cumprir com R$ 300,00 reais. A primeira era fazer a matrícula que, graças a Deus, foi gratuita. A segunda era conseguir um aluguel neste valor e comprar comida. A terceira, era conseguir um trabalho. a matrícula realizei com sucesso, mas os aluguéis que encontrei próximos à faculdade, todos acima de 600,00 reais. Muito além do meu orçamento. Andei muito, porque sabia que se não encontrasse iria dormir na rua, pois se pagasse 50 reais de diária em hotel, só daria para seis dias. Mas conversando com os moradores locais, localizei uma pensão às 22 horas que alugava por 15 dias pelo valor de R$ 250,00. Ufa! Escapei aos 45 do segundo tempo e ainda sobrou 50 reais.
No dia seguinte, corri atrás de bater a segunda meta que era conseguir emprego no comércio local. Tudo na vida precisa de estratégias e quando não se conhece ninguém para indicar, tem que ser na cara e na coragem. Eu entendia que se fosse enviar currículo, esperar ser chamado iria demorar e não tenho esse tempo. Então, fiz a conta dos 50 reais e decidi entrar num restaurante. Fui surpreendido por um garçom e pedi uma água sem gás. Havia me tornado um cliente e para clientes o gerente está sempre presente. Foi quando conheci seu Osvaldo, gerente de um comércio. Contei a ele minha história e ele disse que tinha uma diária de 30 reais, que de pronto aceitei. Nesse dia, servi tanta refeição que no dia seguinte tive que estudar com o braço dolorido. Seu Osvaldo disse que não havia vaga para contratar, mas que assim que surgir me procuraria.
Eu estou numa cidade só com a roupa do corpo. Estou estudando na Universidade do Estado de Mato Groso. Muito longe de casa. Preciso, no momento, de um emprego para pagar um aluguel e comprar comida. Conto com a ajuda do povo sinopense e dos brasileiros que puder me ajudar.”
Se puder ajudar, entre em contato com o Câmpus Universitário de Sinop através do ....66 99604-8986 joaosilva.unemat@gmail.com
Voltar - Unemat encerra recepção dos calouros das turmas 2019/1
Este é o João, aluno da Unemat. Ele tem uma trajetória de lutas e conquistas. Com um pouco mais de oportunidades, João terá uma história de sucesso para contar.
São diversas as histórias pessoais que a Universidade do Estado de Mato Grosso transformou. Oportunidades de crescimento e melhores condições são caminhos que um curso de Nível Superior pode proporcionar. Acesso e permanência na universidade pública dependem de investimento e de participação social.
João da Silva é um brasileiro que precisa abraçar as oportunidades para conquistar melhores condições sociais. Ele vem seguindo os ensinamentos e valores de sua mãe para realizar um sonho dos dois: cursar a universidade pública. Quem busca o Ensino Superior público sabe que este é um caminho consistente para ter sucesso na vida.
A Unemat tem fortalecido suas políticas de permanência e assistência estudantil. É dever de todos e é exercício da cidadania contribuir para que mais pessoas tenham oportunidade de estar no Ensino Superior, principalmente o Ensino Superior público. João, assim como outros diversos acadêmicos, precisa de ajuda. João busca um emprego para manter-se em Sinop, cursar Ciências Econômicas e se tornar um profissional que mude a realidade dele e dos grupos sociais em que está inserido.
Leia a história de João, narrada por ele em uma carta e se identifique com essa trajetória de lutas:
“Eu me chamo João Silva, filho de Joselita com João Eduardo; irmão de Rute, Raquel e Davi. Morador da cidade-satélite de Brasília conhecida como Samambaia-DF. Assim como Luter King, tenho os meus sonhos. Há um ano, em janeiro de 2018, tive de enfrentar o pior dia da minha vida. Enterrei minha mãe, uma senhora de 65 anos. A minha mãe é uma das mulheres que também disse a frase “eu passo fome, mas não abandono meus filhos”. Ela fazia casquinhas e pastéis e vendia na frente de uma escola (Escola Classe 121 de Samambaia).
Mesmo ainda criança, me lembro de que ela dizia que sonhava em ter um filho na universidade pública. Mas a correria de trabalhar para comer, às vezes, impede de estudar. Eu mesmo comecei a trabalhar aos 12 anos na mesma profissão de minha mãe. Lembro que quando cheguei à adolescência, ficava com vergonha de receber visitas dos meus amigos em casa, porque o piso da casa deles era de cerâmica e o meu era de chão batido. Para resolver esse problema, eu juntei dinheiro vendendo pipoca e fiz um piso queimado com xadrez. Eu tinha muito orgulho daquele piso, para mim parecia porcelanato.
Quando arrumei o piso, as paredes da casa que eram de resto de madeira recolhido em lixões se destacaram. Tinha um piso bonito, mas as pareces da casa não acompanharam a evolução. Foi neste tempo, que além de negociar com as pipocas, comecei a vender amendoim torrado, para acrescentar na renda. Assim, consegui trocar as paredes de madeira por tijolos vermelhos, o que para nossa família, ter uma casa com piso e tijolo vermelho, representava uma grande prosperidade.
Mas voltando a janeiro do ano passado. No dia do enterro, eu fiz uma promessa para minha mãe. Eu iria entrar numa universidade pública. O grande desafio é que eu já tinha meus 38 anos e não havia concluído o ensino médio. Fazer promessas é fácil, mas cumprir é que é para poucos. E sou um desses poucos. Fiz a inscrição do Encceja, estudei em casa sozinho, assistindo vídeos do Youtube e lendo PDF. Fui aprovado. Foi em novembro de 2018 que fiz o ENEM.
Em fevereiro de 2019, recebi a notícia tão esperada. Fui aprovado e convocado pela Universidade do Estado de Mato Grosso – Câmpus Sinop para estudar no curso de Ciências Econômicas. Primeiro, fiquei feliz. Segundo, fiquei preocupado. Afinal, não tinham nenhum dinheiro no bolso para viajar de Brasília a Sinop.
Eu nunca tinha ouvido falar em Sinop. Não conheço ninguém nesta cidade. Mesmo assim aceitei o desafio de ser universitário, nem que tenha que ser morador de rua e universitário. Não perderia a oportunidade. Através de uma vaquinha feita pelo Facebook, consegui comprar minha passagem. Eu tinha três metas para cumprir com R$ 300,00 reais. A primeira era fazer a matrícula que, graças a Deus, foi gratuita. A segunda era conseguir um aluguel neste valor e comprar comida. A terceira, era conseguir um trabalho. a matrícula realizei com sucesso, mas os aluguéis que encontrei próximos à faculdade, todos acima de 600,00 reais. Muito além do meu orçamento. Andei muito, porque sabia que se não encontrasse iria dormir na rua, pois se pagasse 50 reais de diária em hotel, só daria para seis dias. Mas conversando com os moradores locais, localizei uma pensão às 22 horas que alugava por 15 dias pelo valor de R$ 250,00. Ufa! Escapei aos 45 do segundo tempo e ainda sobrou 50 reais.
No dia seguinte, corri atrás de bater a segunda meta que era conseguir emprego no comércio local. Tudo na vida precisa de estratégias e quando não se conhece ninguém para indicar, tem que ser na cara e na coragem. Eu entendia que se fosse enviar currículo, esperar ser chamado iria demorar e não tenho esse tempo. Então, fiz a conta dos 50 reais e decidi entrar num restaurante. Fui surpreendido por um garçom e pedi uma água sem gás. Havia me tornado um cliente e para clientes o gerente está sempre presente. Foi quando conheci seu Osvaldo, gerente de um comércio. Contei a ele minha história e ele disse que tinha uma diária de 30 reais, que de pronto aceitei. Nesse dia, servi tanta refeição que no dia seguinte tive que estudar com o braço dolorido. Seu Osvaldo disse que não havia vaga para contratar, mas que assim que surgir me procuraria.
Eu estou numa cidade só com a roupa do corpo. Estou estudando na Universidade do Estado de Mato Groso. Muito longe de casa. Preciso, no momento, de um emprego para pagar um aluguel e comprar comida. Conto com a ajuda do povo sinopense e dos brasileiros que puder me ajudar.”
Se puder ajudar, entre em contato com o Câmpus Universitário de Sinop através do ....66 99604-8986 joaosilva.unemat@gmail.com
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