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Políticas de Ações Afirmativas da Unemat são avaliadas em Seminário em Cáceres

Começou hoje (24.11) em Cáceres o V Seminário Sobre Políticas de Ações Afirmativas da Unemat que tem como objetivo refletir sobre as políticas afirmativas já existentes na instituição e propor novas diretrizes. Atualmente a Unemat mantém três programas de políticas afirmativas como o PIIER (Programa de Inclusão e Integração Étnico Racial), PROESI (Programa de Educação Superior Indígena Intercultural) e PIESES (Programa Institucional e Educação Sócio-Econômia Solidária), além dos projetos de educação para o campo e de valorização do idoso.

A conferência de abertura do seminário foi proferida pela professora drª Jane Fraga Tutikian da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que teve como tema “A Educação Superior e as Políticas Afirmativas”. A professora destacou o pioneirismo da Unemat no que diz respeito as políticas afirmativas com as experiências do terceiro grau indígena, da implantação das cotas quando muitas universidades ainda não o fizeram. De acordo com professora Jane, as discussões sobre políticas afirmativas começaram tardiamente no Brasil e que muito já foi conquistado, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido.

Para a professora, as resistências às políticas afirmativas, principalmente no que tange a cotas para negros nas universidades, está diretamente relacionado a manutenção do status dos indivíduos e da injustiça que é histórica. A conferencista lembra que as políticas afirmativas tem que ser vistas como um espaço de respeito a diferença não pela diferença, mas como respeito a diferença para a compensação de perdas.

Jane lembrou que as universidades públicas estão abarrotadas de pessoas oriundas da classe média e alta, então a defesa das cotas como injustiça para com o branco pobre é uma falácia, visto que não é o branco pobre que consegue ingressar na universidade e as políticas afirmativas vem garantir condições mais igualitárias de acesso, quando esse acesso não é igualitário pelas condições vigentes. “Para que possamos implantar a meritocracia, tão defendida nas universidades, deve haver disputa de igual para igual, e não de igual para diferente”, defende a professora.

Na sua conferência a professora lembrou ainda mesmo com as dificuldades encontradas e com as resistências existentes para a adoção de políticas afirmativas ela lembra que é preciso não desanimar e continuar avançando nesse sentido.

O pró-reitor de Ensino e Graduação, Agnaldo Rodrigues, que é o realizador do Seminário juntamente com os programas de políticas afirmativas, lembrou que a Unemat precisa desenvolver três ações no sentido de fortalecer esses programas e implementar outros. As ações são: trabalhar com os chefes de departamento para sensibilizar sobre as políticas afirmativas, trabalhar com os professores para que também sejam sensíveis a essas políticas e ainda sensibilizar professores para atuarem nos programas e projetos ligados a políticas afirmativas.

O V Seminário Sobre Políticas de Ações Afirmativas da Unemat segue até esta terça-feira com a elaboração de um documento a ser encaminhado a Pró-Reitoria de Ensino e Graduação com apontamentos que irão nortear a organização de novas diretrizes das Políticas de Ações Afirmativas.

Por: Coordenadoria de Comunicação Social