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Unemat desenvolve tecnologias de criação de peixes em ambientes controlados


A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em parceria com o projeto Bichos do Pantanal, realiza estudo com o objetivo de desenvolver tecnologias de criação de peixes em ambientes controlados. A pesquisa que está sendo desenvolvida é focada no levantamento das espécimes nativas com potencial para aquarismo ampliando o conhecimento da diversidade das espécimes.



Segundo o coordenador de Ectiofauna do projeto Bichos do Pantanal e professor da Unemat, Claumir Cézar Muniz, aquariofilia ou aquarismo é uma atividade que tem por objetivo a criação de organismos dentro de um áquario. “Estes grupos podem ser animais ou outros grupos de seres vivos como plantas. O mais comum a ser encontrado, a criação de peixes em aquários que podem ser de vidro, de acrílico ou mesmo pequenos tanques que o pessoal utiliza como ornamental. Existe uma diferença significativa entre aquarismo e aquicultura. A aquicultura é uma atividade comercial que objetiva a produção de organismos para a venda, a comercialização”, explicou Muniz.



O aquarismo é um setor em pleno desenvolvimento no Brasil e dados do Ministério da Pesca e da Agricultura apontam que o país ocupa o terceiro lugar no ranking mundial do aquarismo com 4.000 espécimes catalogadas para criação e um pouco mais de 700 para comercialização, sendo o 13º maior exportador de peixes ornamentais.



De acordo com o coordenador o objetivo do projeto é desenvolver tecnologias de produção, de criação de peixes com potencial para serem utilizados na aquariofilia em ambiente controlado, dessa forma gerando renda e possibilidade de emprego, bem como evitando o extrativismo. “Não é objetivo do projeto incentivar que pessoas promovam ou realizem a captura desses peixes em ambiente natural. E, que sim, tenham acesso à tecnologia de produção e a partir dessa tecnologia possam desenvolver uma atividade econômica sustentável sobretudo do ponto de vista ambiental”, acrescentou Muniz.



A ideia de estudar o potencial da aquariofilia na região surgiu a partir da rede de cooperação do projeto Bichos do Pantanal composta pelas lideranças locais de diversos setores da sociedade que tem foco na busca de alternativas sustentáveis para o desenvolvimento econômico local.



“Esse projeto surgiu através de outras atividades que a gente já realiza e já realizou, até mesmo em parceria com o projeto Bichos do Pantanal, com atividade pesqueira. Em nossas coletas sempre foram observados um grande número de pequenos peixes que não eram utilizados pelo pescador, seja ele pescador profissional, pescador amador, que de certa forma eram menosprezadas nessa atividade. Mas, ao nosso ver, tinham um potencial de aplicação bem bacana dentro da aquariofilia. Nós temos no ambiente pantaneiro uma enormidade de pequenas espécies que tem um padrão de cores muito bonito”, contou o coordenador.



Esse projeto não veio para competir com outras práticas muito conhecidas em Mato Grosso e que inclusive geram renda e emprego para a população como a pesca esportiva e profissional que carregam conhecimentos tradicionais dos povos de Mato Grosso e sim apenas mais uma possibilidade de recursos. O projeto Bichos do Pantanal patrocinado pela Petrobrás por meio do programa Petrobrás Socioambiental atua na região do Alto Pantanal, Cáceres e Porto Estrela, desde o ano de 2013.



 



 


Por: Camile Souza - Jornal Mato Grosso no Ar