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Parceria Unemat e Sesp leva ação de saúde às detentas da Cadeia de Cáceres


Na última quinta-feira (24), alunas do quarto período do curso de Medicina da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) participaram da Campanha Outubro Rosa na Cadeia Pública Feminina de Cáceres. Atualmente, a Cadeia possui 43 internas nos regimes fechado, semiaberto e aberto. A ação pontual faz parte da parceria entre a Unemat e a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) para ressocialização de detentos e educandos em diversas frentes como saúde, educação, trabalho e qualificação.



As temáticas, câncer de mama e do colo de útero, foram abordadas por meio de uma roda de conversa em que as detentas tiveram a oportunidade de falar o que sabiam sobre o assunto e tirar dúvidas. As alunas demonstraram a elas como são feitos o autoexame da mama e o exame de coleta do preventivo. Dessa forma as acadêmicas tiveram a oportunidade de colocar em prática o aprendizado teórico, e as internas de aprender sobre prevenção de doenças.



A professora do curso de Medicina da Unemat, Tatiana Lima da Silva Fernandes, supervisionou a atividade. “Sem dúvidas foi uma excelente oportunidade de crescimento pessoal e profissional para todos os envolvidos. Oportunizar que os acadêmicos de medicina atuem transformando o ambiente carcerário num espaço de promoção e prevenção à saúde é desafiador e destaca o papel da universidade perante a Sociedade. Ouvir as reeducandas ao final pedindo para que retornássemos posteriormente em outra atividade, foi muito gratificante e mostrou que estamos no caminho certo”, comentou Tatiana.



A ação foi planejada em conjunto com a enfermeira da unidade prisional, Vanessa Cristina de Oliveira Proseta, e o coordenador do curso de Medicina da Unemat, professor Gleber Nelson Marques. A atividade contou com a participação das alunas Gabrielly Paola da Silva Souza, Lívia Maciel Fernandes, Gabrielle Silva Sales, Amália de Campos Gonçalves e Camila Fortes Dossi.



Para as acadêmicas a experiência foi muito enriquecedora dentro de diversos aspectos. Para Gabrielle Sales fazer uma atividade num presídio feminino é algo que desde o início apresenta desafios, como a falta de adesão da turma. “Porém, ao chegar lá, pude perceber que tomei a decisão certa e a palavra que define essa experiência é troca. Houve um compartilhamento de conhecimentos e experiências que possibilitou uma melhor compreensão da importância da promoção e prevenção. E o que restou é um sentimento de desbravar esses campos desassistidos pela atenção básica”. Para Lívia Fernandes a atividade significou oportunidade. “Pude colocar em prática aquilo que aspiro a minha profissão, a garantia do direito a saúde à uma população vulnerabilizada”.



Os depoimentos das alunas demonstram também a quebra de estigmas o que é confirmado também na fala da acadêmica Gabrielly Souza: “Antes da prática o grupo exprimia um misto de ansiedade e expectativa. Por um lado, gostaríamos de proporcionar uma atividade proveitosa para as internas, por outro era um ambiente diferente que causava certo desconforto. Contudo, a prática superou o que imaginávamos e nos fez perceber a necessidade do cuidado e da educação em saúde para grupos geralmente esquecidos”.



Segundo Vanessa Proseta, as internas ficaram muito satisfeitas com a ação e pediram que outros assuntos possam ser tratados em novos encontros. A próxima ação ocorrerá em novembro, quando as acadêmicas retornarão à unidade para fazer a coleta do exame preventivo.



 



 



 



 



 



 


Por: Hemilia Maia