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Equipe da TV Centro América participou de expedição com pesquisadores da Unemat, UFMT e IES parceiras
Equipe da TV junto com pesquisadores e ambientalistas


O texto a seguir foi extraído de https://g1.globo.com/. A reportagem especial "Expedição Travessia" será exibida na TV Centro América, no próximo sábado (8), às 7h30.



Na semana do Meio Ambiente, o G1 publica, em parceria com a TV Centro América, uma série de reportagens sobre o assunto e detalhes da Expedição Travessia e da Expedição Rio Paraguai - das nascentes à foz. No dia 5 de junho é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente.



A viagem de estudo foi uma iniciativa da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), unidade de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, e financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa de MT (Fapemat) para a coleta de material para análise em laboratório.



 O professor de biologia da Unemat Wilkinson Lopes Lázaro disse que, no cenário de mudanças climáticos hoje estabelecidos, existe um certo consenso de que um dos principais fatores dessa mudança climática sobre os ambientes pantaneiros seria a diminuição da vasão e a diminuição do corpo da água.



"Consequentemente, nós teremos então mais baías que perdem essa conexão e o problema é que nós não sabemos o que vai alterar diretamente na diversidade, o que isso vai alterar diretamente nos fluxos de energia, dentro do ecossistema", declarou.



Nos primeiros quilômetros de navegação salta aos olhos a importância do bioma. Além da beleza em cada detalhe, há uma grande interação. É como se tudo funcionasse como uma engrenagem. O suiriri-cavaleiro ganhou esse nome pelo comportamento. O pássaro costuma ficar em cima das capivaras para se alimentar de carrapatos.



Já a capivara se alimenta da vegetação. O peixe aguarda com paciência o alimento que cai da árvore que fica aí na margem do rio. A garça faz sobrevoos rasantes para capturar os peixes na lâmina dá água. Na época de seca é um banquete.



O sobe e desce das águas não é por acaso não. Os ciclos hídricos têm uma importante função ambiental. Na época de cheia, o rio transborda e invade a planície é essa inundação que renova a vida no pantanal.



Doutora em ecologia, Carolina Joana da Silva, que coordenou o projeto, explica a importância do pulso das águas para o Pantanal.



"Esse pulso das águas que determina tudo. Nós chamamos que é o principal fator ecológico é a forças que determina a vida, a abundância da vida. As plantas no Pantanal são a base da cadeia alimentar. Então, os peixes, as aves, dependem dessa regulamentação. Da mesma forma que encontramos uma abundância de aguapé, encontramos uma abundância de aves", disse.



O pulso de inundação influencia até na reprodução de várias espécies que escolhem os períodos mais favoráveis para a construção nos ninhos, mas as mudanças na paisagem ocorridas nos últimos anos preocupam os pesquisadores.



Nos primeiros quilômetros da Expedição Travessia, as equipes usaram barcos pequenos para ver de perto o que está acontecendo no Pantanal. Algumas pesquisas exigem um esforço um pouco maior.



As espécies de peixes que ficam embaixo dos aguapés geralmente são muito pequenas, e quando as plantas têm um porte um pouco maior aumenta também a dificuldade de captura.



O trabalho não tem hora para começar e nem para acabar, principalmente para quem estuda o comportamento dos pássaros. É preciso acordar cedo para acompanhar as aves.



Ao todo, eram quase 15 pessoas trabalhando nos bastidores da expedição em nome da ciência. Jailton cuidava do transporte nos barcos pequenos. "A gente sai, toma os devidos cuidados, sempre com o uso de coletes, motor destravado. Com esse período de cheia, costuma muito rodar troncos, galho, então para a gente evitar acidentes, a gente destrava o motor e usa sempre o colete tanto para a gente piloteiro quanto para os clientes", afirmou.



O comandante do barco, Félix Neto, tem 22 anos de experiência de navegação nos rios de Mato Grosso.



Durante a expedição, a equipe enfrentou tempestade e chuva o dia todo . "É uma situação complicada. A segurança está toda em nossas mãos, e o tempo assim não ajuda muito. Qualquer vento, qualquer coisa que pega a gente meio de lado aí pode jogar a gente num barranco, num mato desse aí, e causar até alguma complicação para a nossa embarcação", contou.



Ele é uma das pessoas que trabalha nos bastidores, com dedicação, de sol a sol para que as pessoas que vão ao Pantanal, a passeio ou a trabalho saiam satisfeitas, levando na memória um pouco das belas paisagens.



Todo o trabalho é registrado pelos cinegrafistas Marcos Alves e Marcelo Souza. Eles contaram os desafios enfrentados.



"A gente pegou uma semana inteira de sol escaldante e hoje no último dia por incrível que pareça uma chuva fria, fina, o dia todo, o que praticamente inviabilizou as nossas (gravações) externas, mas é muito gratificante a gente fazer uma coisa que gosta, a gente gosta do que faz, gosta da natureza, ama o pantanal, então isso tudo é puro prazer", contou Marcos Alves.



Marcelo Souza disse da satisfação em participar da expedição. "Agora está na época das águas, então tem bastante insetos, o sol bastante forte. O pantanal é um lugar que já tem um cenário pronto, então basta a criatividade para tentar fazer as melhores imagens possíveis", declarou.



 



 



 


Por: Texto de Eunice Ramos, TV Centro América