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Pesquisadores da Unemat irão avaliar sementes de maracujá por análise de imagens


Passiflora é um gênero botânico de cerca de 500 espécies de plantas. Em sua maioria, são trepadeiras, embora algumas sejam arbustos e poucas espécies sejam herbáceas. Todas, porém, são conhecidas pelo seu fruto: o maracujá.



O gênero Passiflora é originário da América do Sul, e seu maior centro de distribuição geográfica é no Centro-Oeste e no Norte do Brasil. O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, cultivando mais de 35 mil hectares e produzindo mais de 485 mil toneladas do fruto, que pode ser consumido na forma de sucos, doces, geleias, sorvetes e licores. Os frutos possuem aroma agradável e alto valor nutritivo, o que os torna bem aceitos pelos consumidores, sendo também boa fonte de vitamina A, B2, B3 e C.



Pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas (PPGMP) da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) do Câmpus Jane Vanini, em Cáceres, estão desenvolvendo projeto para avaliação e análise de sementes de espécies nativas de Passiflora por meio de análise de imagens. O projeto é realizado em rede, em uma parceria da Unemat com a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e a Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais.



“O projeto visa identificar tecnologias relacionadas à germinação, superação de dormência e conservação de sementes de Passiflora e, assim, gerar informações que contribuam para o desenvolvimento dos potenciais frutíferos agrícolas da planta”, explica o professor da Unemat e coordenador do projeto, Petterson Baptista da Luz. “O projeto foca na análise de sementes por imagem, que é uma alternativa relativamente recente para classificar os diversos aspectos das sementes, através do teste de raios-X e da análise computadorizada de imagens de plântulas”, afirma Petterson.



O conhecimento sobre os aspectos relacionados à germinação de sementes é de fundamental importância para a propagação e manutenção das espécies. No caso das espécies do gênero Passiflora, há dificuldade de germinação de muitas espécies silvestres que fazem parte desse gênero. Além disso, informações sobre a maturação dos frutos e a morfologia interna das sementes podem auxiliar na escolha daquelas bem formadas, visando garantia de posterior utilização para estudos de conservação e de melhoramento genético. Dessa maneira, técnicas de análise de imagens, como os raios-X, e a morfologia externa podem auxiliar na escolha do ponto ideal de maturidade fisiológica dos frutos e das sementes.



Outro aspecto que merece destaque para as espécies silvestres é a dormência das sementes, que pode estar associada à impermeabilidade do tegumento (a parte externa da semente) e desordens fisiológicas. Portanto, há a necessidade de estudos relacionados à superação de dormência dessas espécies, para poder garantir sucesso na produção de mudas.



Além de Petterson, a equipe é composta pelos pesquisadores Andréa dos Santos Oliveira, Eder Pedroza Isquierdo e Severino de Paiva Sobrinho; e também pelas pesquisadoras Elisangela Clarete Camili, da UFMT, e Maria Laene Moreira de Carvalho, da UFLA.



Recentemente, o projeto foi aprovado em edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) para financiamento de rede de pesquisas. O projeto foi aprovado na Faixa B, sob o eixo de Biodiversidade e Biotecnologia.



Conheça os outros projetos da Unemat que serão financiados pela Fapemat, clicando aqui (http://portal.unemat.br/?pg=noticia/10484/Unemat%20aprova%2012%20projetos%20em%20Editais%20de%20pesquisa%20da%20Fapemat).


Por: Nataniel Zanferrari