A segunda conferência do V Encontro Regional de História ministrada pela professora drª Maria Helena Rolin Capelato (USP) na noite desta terça-feira em Cáceres tratou da propaganda política utilizada pelos governos de Getúlio Vargas durante o Estado Novo brasileiro e o governo de Juan Domingo Perón na Argentina na década de 40.
A professora debateu sobre as diferenças e similaridades entre dois dos mais representativos políticos da América Latina e que assumiram o poder de forma diversa, mas que utilizaram amplamente a propaganda política como forma de legitimar seu governo.
Capelato aproveitou o Encontro de História que é realizado pela Associação Nacional de História, por meio da seção de Mato Grosso, para lembra que seu trabalho “Multidões em Cena”, que analisa os governos de Perón e Vargas será relançado no próximo ano e por isso mesmo, decidiu novamente abordar papel das massas nesse contexto político e social dos dois países.
A professora que atua no Departamento de História da USP lecionando história da América, lembra que no caso de Perón, ele foi aclamado em 1945, depois que uma multidão tomou a praça de Mayo na Argentina exigindo do governo libertasse o coronel Perón que havia sido preso, sendo eleito presidente da República no ano seguinte. Por se tratar de um governo democrático, a imprensa Argentina não estava em suas mãos, mas acabaram sendo controladas por ele para que seu governo atingisse a massa trabalhadora que era seu principal ponto de sustentação. No caso do governo Vargas, em 1937, ele permanece no poder devido a um golpe de Estado, e institui um estado autoritário, mas também faz uso da propaganda política e da censura aos meios de comunicação para construir a imagem de “pai dos pobres”.
Capelato que tem vários trabalhos publicados sobre o tema discorreu também sobre os signos utilizados pelos dois governos e como vários desses signos acabam sendo resignificados nos dias atuais. Ao final da conferência a professora abriu para debates, justificando ser imprescindível o diálogo com a platéia.
Sobre o V Encontro de História a professora ressaltou a importância do evento e defendeu a ANPUH como fórum importante para as discussões entre os profissionais da História. “Esse é fórum de discussão acadêmica, onde acadêmicos podem apresentar seus trabalhos e onde os professores podem trocar experiências e se atualizarem e reciclarem profissionalmente. Além do mais, a ANPUH é uma entidade que se posiciona sobre as políticas públicas no âmbito da história”. Afirmou. Capelato disse também que o tema proposto para o encontro “A escrita da História” é bastante pertinente, visto que a narrativa acompanha o processo histórico. “No Brasil temos muitas dificuldades de escrever, e é preciso escrever à altura da pesquisa”. Finalizou.
Programação:
Na manhã desta quarta-feira foram ministradas as mesas redondas: “Subjetividade, corpo e gênero” e “Culturas, escrita, história: artes e religiosidades significando o mundo”. No período da noite acontece a terceira conferência que será ministrada pelo professor dr. Oswaldo Machado Filho (UFMT) com o tema: “A polícia em Mato Grosso no século XIX: civilizando a barbárie”.
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