Entre os dias 25 e 27 de abril, em Nova Xavantina (MT), a cerca de 650 quilômetros de Cuiabá, acontece o seminário Parâmetros Técnicos para Restauração de Matas Ciliares nas Cabeceiras do Rio Xingu. O evento pretende estabelecer metodologias, indicadores e parâmetros técnicos de restauração florestal adequados à realidade da Bacia do rio Xingu e faz parte da campanha ‘Y Ikatu Xingu, que tem o objetivo de proteger e recuperar as nascentes e as matas ciliares do Xingu no Mato Grosso. O
seminário será realizado no auditório do campus da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) em Nova Xavantina, será aberto à comunidade na parte da manhã (das 8h às 12h) e deverá contar com a participação de cerca de 50 pessoas, entre pesquisadores, técnicos e estudantes.
A intenção da Unemat e do Instituto Socioambiental (ISA), responsáveis pela organização da iniciativa, é também formar uma rede de intercâmbio entre os profissionais de restauração florestal da região e de outros lugares do País. Durante o evento, serão apresentados e identificados os principais tipos de vegetação que ocorrem nas matas ciliares (que margeiam e protegem os cursos de água) e de degradação que elas sofrem na Bacia do Xingu no Mato Grosso.
“A partir daí, poderemos apontar o potencial de regeneração florestal em vários lugares diferentes e definir as estratégias mais adequadas a cada situação”, explica Eduardo Malta Campos Filho, analista socioambiental do ISA e um dos organizadores do evento. Ele explica que não é possível estabelecer uma mesma linha de ação para a recuperação das matas ciliares em uma região tão grande quanto à bacia do Xingu porque nela existem muitos tipos de vegetação e de atividades econômicas diferentes.
Campos lembra que os impactos nas matas de beira de rio causados pelo cultivo da soja ou pelo pasto, por exemplo, são diferenciados e sua restauração depende também do tipo de cobertura vegetal (cerrado, brejo, vereda etc) que foi alterada por essas atividades. “Queremos propor ações que sejam baratas e eficientes para que possam ser executadas efetivamente pelos vários atores envolvidos com o tema, entre eles
fazendeiros, agricultores familiares e governo,” conta. Segundo o biólogo, essas ações vão desde o isolamento de algumas áreas, passando pela contenção de erosões e indo até o plantio de mudas nativas.
O rio Xingu no Estado do Mato Grosso tem seu leito principal protegido pelo Parque Indígena do Xingu, mas a maior parte de suas cabeceiras está fora dos limites da área. Por causa dos desmatamentos e das queimadas, várias de suas nascentes já secaram. Além disso, também têm sido identificados na região o assoreamento de vários rios, indícios de contaminação do solo e da água e perda de diversidade biológica.
Oswaldo Braga de Souza – Assessoria Instituto Socioambiental
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