A professora Marinês da Rosa, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em Tangará da Serra, é uma das autoras do livro "Etnografia de um Congresso: a organização do 18º Congresso Mundial de Antropologia no Brasil" (2020). A obra será lançada pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA) esta tarde (26.08), às 16h45, ao vivo pelo YouTube.
O livro apresenta uma etnografia escrita por 84 autores que integraram várias Comissões na organização do 18th IUAES World Congress, realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) entre 16 e 20 de julho de 2018.
No capítulo “Comissão de bem-estar do 18th IUAES: um encontro de mundos, um mundo de encontros” Marinês e Alexandra Eliza Vieira Alencar, Ana Cláudia Mastrocola Garcia, Camila Sissa Antunes, Cinthia Creatini da Rocha, Giselle Guilhon e Karin Maria Véras contam sobre a realização de práticas de bem-estar (de tradição afro-brasileira, do yoga, das abordagens psicossomáticas europeias como massoterapia e osteopatia, do reiki, dentre outras, antes e durante o Congresso. Segundo a professora, que é doutoranda no Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas, a Comissão de Bem-Estar foi uma das inovações no Congresso Mundial de Antropologia.
“Ao escrevermos o paper atravessado pelas mãos de sete mulheres, abrimo-nos ao entendimento de que, talvez, justamente pela estranheza da proposta apresentada ao universo acadêmico, nossas práticas permitiram incitar uma série de reflexões que retroalimentam nossos campos de atuação e de saberes. No campo da academia, repleto de simbolismos, dogmas e relações de poder, a Comissão de Bem-Estar apresentou a possibilidade de que este seja permeado por outros saberes, com origem em outras culturas e tradições, e que nós, enquanto coletivo também diversificado, compartilhamos a partir de nossas vivências. Tanto com relação às práticas corporais e de sentido relatadas, mas também nas próprias experiências de todos os sujeitos envolvidos nessas práticas, houve certamente uma produção antropológica relacional e transformadora. Dentre algumas bases teóricas, talvez a Antropologia da Experiência, proposta por Victor Turner (1986), seja um substrato germinal e inspirador para pensarmos as vivências promovidas pela Comissão de Bem-Estar”, ilustrou Marinês.
Na organização da obra estão Miriam Pillar Grossi (UFSC) e Tânia Welter. Os capítulos compõem a produção coletiva nas comissões de Infraestrutura, Tradução, Programação, Editorial, Monitores, Comunicação, Festas, Instalação Artística, Experiências Antropológicas, Bem-Estar, Crianças, Alimentação, Hospedagem Alternativa, Lançamento de Livros, CDs, DVs e Revistas, Graduação Indígena, Comissão para Articulação com a Comissão de Artesanato de povos Indígenas, Quilombolas e Ciganos, Feira de Artesanatos, Rede Global de Antropologia Feminista e Acessibilidade.
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