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Professora defende tese a partir de experiências de extensão e pesquisa na Unemat
PÓS-GRADUAÇÃO
Professora defende tese a partir de experiências de extensão e pesquisa na Unemat
14/07/2021 12:43:20
por Hemilia Maia

Marinês da Rosa, professora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), defendeu sua tese de doutorado dia 3 deste mês, na Universidade Federal de Santa Catarina (SC). A tese intitulada Escrita de si das “Marias no Cárcere” surgiu das experiências de extensão e pesquisa realizadas no câmpus da Unemat, em Tangará da Serra, onde Marinês é professora desde 2006.

Veja a seguir como Marinês descreve e agredece sua trajetória de inspiração, desenvolvimento e defesa da tese:

No dia três de julho do corrente ano, segundo ano pandêmico, defendi a tese intitulada Escrita de si das “Marias no Cárcere”: Escuta sentida como proposta teórico-metodológica decolonial junto ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

“Marias no Cárcere” entre faces

Fonte: Arquivos da pesquisa (Presídio Feminino em Santa Catarina, entre março e julho de 2018)

O referido rito de passagem, como me ensinou Victor Turner (1974), é uma conquista que expressa anos dedicados aos estudos e desenvolvimento da tese, assim como imagino que seja para todas as pessoas. O que mobiliza a escrita destas linhas é o sentimento de dever cumprido, de comemoração e reconhecimento da UNEMAT durante o processo de qualificação. Além disso, a construção do objeto de pesquisa surge de experiências de extensão e pesquisa no campus de Tangará da Serra, em que sou professora efetiva desde dois mil e seis. As travessias entre o centro-oeste e o sul do país iniciaram em meados de dois mil e catorze, entre contornos desse objeto no projeto Radiando Comunicação: relações de gênero em pauta e na práxis, cujo lócus é o Grupo de Pesquisa no CNPq Relações de gênero, Violências e Comunicação.

(Em)laçadas no crochê

Fonte: Arquivo da pesquisa, Cadeia Feminina no estado de Mato Grosso, entre 2013 e 2014.

Objetivamente, foi por meio de uma das ações de extensão nos dezesseis dias de ativismo, no centro-oeste, em dois mil e treze, que fui afetada pelo tema e, posteriormente, cheguei ao cárcere feminino numa etnografia em Florianópolis. No estudo em tela, desenvolvi teórico-metodologicamente argumentos que me levaram à tese: As perspectivas de estudos interdisciplinares e das epistemologias feministas decoloniais possibilitam práticas de intervenção em pesquisa e extensão com “Mulheres no Cárcere”. De acordo com Mariza Peirano (2008), no que se refere à pesquisa, há dois momentos de campo: o empírico e o da escrita. Ademais, eu proponho, um terceiro momento, que seria escutar-sentir minha carta-tese. Deste modo, uma das reflexões que gostaria de fazer, ainda no processo pós-defesa, é que, durante a formação doutoral, a UNEMAT constituiu minha identidade como pesquisadora, pois foi essa instituição que apresentei em inúmeros congressos nacionais e internacionais, entre pares, além de ações em pautas de políticas públicas específicas.

Entre mulheres e grades no “Mundo de Mulheres”

Fonte: Arquivo da pesquisa (11º Seminário Internacional Fazendo Gênero e 13º Congresso Mundos de Mulheres, em agosto de 2017, Florianópolis/SC)

Outrossim, integrar o Instituto de Estudos de Gênero (IEG) e o Núcleo de Estudos de Gênero e Subjetividades (NIGS) da UFSC, reconhecidos como grupos de referências em pesquisas no país, viabiliza articulações para ações em demandas no campo das subjetividades, estudos decoloniais, gênero e violências, no contexto de Direitos Humanos, assuntos caros também para a UNEMAT, tendo em vista transversalidades que eles suscintam.

Escrita de si nos corpos – “Marias no Cárcere”

Fonte: Arquivos da pesquisa (Presídio Feminino em Santa Catarina, entre março e julho de 2018)

Do mesmo modo, a formação no PPGICH impulsiona perspectivas interdisciplinares e ações de extensão, que, por sua vez, acionam diferentes percepções sobre práticas de pesquisa por parte de quem atua em uma universidade multicampi. Acredito que seja importante manifestar essas impressões, em reciprocidade, segundo Marcel Mauss (1924), pois são essas considerações que encontro quando busco elementos para a dádiva em minha relação com a UNEMAT. Inspirada no que aprendo com os pressupostos de pensamento outro, a partir de Catherine Walsh (2006), acredito que a comemoração seja nossa. Por isso, compartilho as recomendações da banca de avaliação da tese: “A banca, tendo reconhecido o mérito por seu ineditismo teórico e metodológico, recomenda a publicação e ampla divulgação da tese”.  

Muito obrigada!

Professora Marinês da Rosa

 

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