O Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos (PPGBioagro) da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) realizou entre os dias 30 de maio e 4 de junho a 2ª edição do Curso de Campo em Ecologia da Vegetação.
Sob a coordenação do professor Pedro Eisenlohr, o curso contou com uma equipe de apoio que incluiu professores, alunos e técnicos do Câmpus Universitário de Alta Floresta e permitiu aos participantes uma visão diferenciada dos ecossistemas nativos da região. O curso também contou com o apoio da Fundação Ecológica Cristalino (FEC) e da organização da sociedade civil de interesse público ELO Ambiental.
“Tivemos também a participação honrosa de um grande conhecedor da flora do Norte mato-grossense, Dennis Rodrigues da Silva, que atualmente reside no estado do Paraná”, disse o coordenador do curso, Pedro Eisenlohr.
O curso teve início na última quarta-feira (30), com uma exposição teórica introdutória sobre conceitos e classificações em Ecologia da Vegetação. Na quinta-feira (31), a equipe conduziu trabalhos de instalação de unidades amostrais na Reserva do Hotel Floresta Amazônica, local onde deverão ser investigados efeitos de borda e de clareiras por bolsistas do Laboratório de Ecologia do Câmpus.
Na sexta-feira (1º) e sábado (2) foi a vez da Estação Experimental da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), onde foram conduzidas práticas de amostragem de vegetação seguindo o protocolo da Rede Amazônica de Inventários Florestais (Rede Rainfor). Nesta localidade, os trabalhos vêm sendo liderados pelo professor Marcos Leandro Garcia, que também participou das práticas. Durante a visita à Estação Experimental da Ceplac, o professor Edgley Pereira demonstrou o uso de geotecnologias por meio de drones.
A conclusão do curso ocorreu ontem, segunda-feira (4), na região da Pista do Cabeça, ao sul do município de Alta Floresta. “Na localidade conhecida como Fazenda Serra Azul, variados tipos de vegetação savânica e florestal ocorrem lado a lado, com interpenetrações florísticas que tornam o cenário altamente rico em biodiversidade e de grande interesse para pesquisas ecológicas, especialmente na área de biogeografia”, explica Pedro.
Em uma área de savana rupestre, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer as particularidades do solo e vegetação, além de praticarem novamente o Protocolo Rainfor, desta vez aplicando-o na instalação de uma parcela de um hectare. Por fim, em uma área florestada próxima, houve demonstração do uso do método de pontos-quadrantes, o qual permite uma amostragem rápida da vegetação sem área fixa.
“Cursos de campo como esse oferecem oportunidades ímpares para aprofundamento de assuntos teóricos vistos em disciplinas de Biogeografia, Botânica, Ecologia e Zoologia, e permitem a integração com diferentes conhecimentos e visões, o que favorece a consolidação na formação e atualização de todos os envolvidos”, defende Pedro.
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