A mídia pode formar e deformar a imagem de uma pessoa ou de um lugar. Esta questão entrou em pauta, nessa quinta-feira (28.09), no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá, em uma roda de conversa, a qual reuniu quatro educadores e um jornalista. O assunto foi abordado com enfoque no negro e a forma como ele é tratado nos meios de comunicação.
O debate, parte da programação do seminário “A inclusão da Lei 10.639/03: Ações para uma educação anti-racista e pluri-cultural”, realizado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), teve como palestrantes os professores: Selma Pantoja (doutora-UnB), Suelme Evangelista ( mestre em Educação, Seduc), Antônio Eustáquio de Moura (mestre-Unemat), Maria Aparecida Matos (doutora-UFMT) e Aluízio de Azevedo (Assessor de Comunicação da Seduc).
Cada palestrante fez uma explanação na forma como o negro aparece nos meios de comunicação. Selma Pantoja, que falou sobre “A história das mulheres e o tráfico Atlântico de escravos”, defendeu que a mulher negra é discriminada de forma absurda. “Da mesma maneira que o homem negro, ela é mistificada como um ser sem importância, por isso a sua imagem nos meios de comunicação sempre aparece como alguém inferior”, enfatizou.
Ela também enfocou a deturpação que é feita com a imagem das mulheres. “Um exemplo, que podemos citar, é a história da Xica da Silva, que foi retratada de uma forma equivocada pela televisão e pelo cinema. A imagem dela foi explorada como um objeto de sexualidade, totalmente contrária da real”.
Em sua explanação, Suelme Evangelista, comentou a falta de reconhecimento do negro como destaque na história do Brasil. “Os nossos heróis são sempre homens brancos. Muitos homens negros participaram de vários momentos importantes da construção histórica do país, mas nunca aparecem como heróis. Eles são sempre aqueles que precisam do branco para salvá-lo do perigo”, observou.
O jornalista Aluízio de Azevedo destacou os pontos positivos e negativos que a mídia tem. “A discriminação racial é evidente nos meios de comunicação. A mídia também pode ser educativa quando comparamos o número de funcionários das grandes emissoras. Podemos observar isso nos telejornais, onde os jornalistas negros são uma minoria”, disse.
Para ele, a inserção do negro na mídia é o reflexo da própria realidade do país, a qual é muito preconceituosa. “Apesar disso, temos que desconstruir a idéia de que ela é só negativa. Existem ótimos profissionais, da área da comunicação, preocupados com a questão racial. Também temos que levar em consideração que a mídia é informativa e instrutiva e pode servir como uma aliada aos grandes movimentos”, concluiu.
As propagandas comerciais foi outro ponto destacado. O professor Antônio Eustáquio citou um exemplo de como uma simples propaganda pode ferir a auto-estima de uma pessoa negra. “Existem propagandas que considero de muito mau gosto. Um exemplo que posso citar é aquela da esponja de lavar louça em que é comparada com o cabelo de uma criança. Como essa criança se sente quando chega à escola e os colegas a chamam de cabelo de ‘bombril’?”, questionou Eustáquio.
Maria Aparecida lembrou que no período pós-escravidão foram criados e elaborados, por homens negros, edições de jornais. “Neles eram divulgados todo o tipo de assunto que era de interesse da comunidade negra. Funcionava como prestação de serviços a eles”.
Estiveram presentes, 250 educadores, entre professores, formadores dos Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação (Cefrapos) e técnicos da Seduc.
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