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As cartas epifânicas de Caio Fernando Abreu: a escrita de urgência

Autora: Luciene Candia.

Escrever cartas é escrever-se. Este trabalho tem por intenção mapear o escrever-se nas cartas de Caio Fernando Abreu. Cartas metaforicamente nomeadas pelo autor no sentido de disfarce, porque são embutidas na forma de crônicas publicadas no jornal paulistano O Estado de S. Paulo, nos seus dois últimos anos de vida. Perseguimos aqui o que chamamos de escrita de urgência, no viés do pensamento crítico de Edward Said (2005 inglês [2009 tradução para o português]) ao refletir sobre as obras tardias de grandes artistas. Antes de entender sobre essa escrita tão próxima da morte e, portanto, emergencial, damos importância ao formato estético da crônica e como na breve carreira de cronista de Caio Fernando Abreu percebem-se diálogos literários com outros escritores, também cronistas, em destaque Clarice Lispector e seus escritos quase “descartáveis”. Com a publicação em livros das crônicas dos escritores é possível um estudo preciso desses textos, considerados antes “efêmeros”. Entender e afirmar a crônica como produto literário é o primeiro passo desta pesquisa. A seguir, situamos a literatura de Caio Fernando Abreu aos movimentos culturais e artísticos como cenários de uma escritura latente e inquietante. O tema da Aids também se inclui no terceiro capítulo dessa dissertação porque passeia entre os assuntos preferidos do autor, além de outras temáticas recorrentes como solidão, amor, movimentos culturais, marginalidade, relações homoafetivas, situações cotidianas e o comportamento do homem contemporâneo. Observar atentamente aos temas na literatura de Caio Fernando Abreu contribui para compreender seu gradativo processo de criação e o que Said denomina de tardio num trabalho artístico.

Número de páginas: 176 p.

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