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Parceria CRDH-Sejudh/Unemat realiza 1º Colóquio e Varal de Resenhas do Projeto Reler na Cadeia Pública Feminina
CÁCERES
Parceria CRDH-Sejudh/Unemat realiza 1º Colóquio e Varal de Resenhas do Projeto Reler na Cadeia Pública Feminina
07/01/2019 17:32:40
por Nataniel Zanferrari

Uma parceria entre o Centro de Referência em Direitos Humanos da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (CRDH-Sejudh) em Cáceres e a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) realizou a 1ª edição do Colóquio e Varal de Resenhas do Projeto de Remição da Pena pela Leitura (Reler), nas dependências da Cadeia Pública Feminina de Cáceres. O evento ocorreu no último dia 19 de dezembro.

O Colóquio deu visibilidade às atividades de 2018 e mostrou o resultado de uma parceria que deu muito certo: o Projeto Reler segue as orientações estabelecidas na Recomendação Nº 44/2013, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que sugere a instituição, nos presídios estaduais e federais, de projetos específicos de incentivo à remição pela leitura.

Coordenado pela professora Nancy Lopes Yung, do curso de Letras da Unemat em Cáceres, o projeto operacionalizou ações didático-pedagógicas sustentáveis de incentivo e fomento à leitura, interpretação, análise linguística e produção de textos, como relatórios e resenhas críticas, tendo como objetivo desenvolver e incentivar o hábito de ler e remir os dias da pena, tal como preceitua a Lei de Execução Penal.

De acordo com a Lei, a reeducanda tem o prazo de 22 a 30 dias para a leitura de uma obra, apresentando ao final do período a resenha da obra, sendo esta avaliada pela comissão organizadora do projeto. Cada obra lida possibilita a remição de quatro dias de pena, com o limite de doze obras por ano.

A professora Nancy ressalta que os resultados positivos do Reler resultam do trabalho árduo e minucioso de uma equipe organizadora coesa formada por profissionais que se engajam à causa: Henriette Cevada Lôndero, Juliano Cláudio Alves, Polianna de Souza Corrêa e outros colaboradores que, direta ou indiretamente, contribuem com o Reler. “Identificamos algumas variáveis características do público escolhido: idade, grau de escolaridade, comprometimento com a leitura, comportamento interno, local de origem e tempo de pena”, explica a professora.

Ao todo, 37 reeducandas participaram do projeto, 65 livros foram retirados para a leitura, 25 resenhas foram produzidas e 11 reeducandas foram certificadas.

 

Relatos

Sobre a experiência de participação no projeto as reeducandas fizeram declarações significativas. “Foi muito importante para mim. O projeto nos trata como ser humano e por alguns minutos não me sinto presa”, disse uma das reeducandas.

“Aprendi a gostar de ler e descobri que ler ajuda muito a ser uma pessoa melhor. Nas leituras encontro paz interior. Se eu não participasse deste projeto, minha mente estaria aberta para vários pensamentos que me desagradam. Todos os dias, leio. Entro nas histórias que despertam vários pensamentos que me fazem bem”, contou outra participante do projeto.

“O projeto, além de despertar o interesse por leitura, faz com que fiquemos mais criativas e com que saiamos da nossa rotina monótona”, afirmou outra das reeducandas que participou do Reler.

“Melhorou meu comportamento. Eu era triste, porque não tinha nada a fazer e agora tenho livros para ler”, falou uma das participantes.

“O projeto me ajudou a socializar com as pessoas. Era muito quieta, hoje sou uma pessoa mais mente aberta”, explica outra reeducanda.

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