Mato Grosso, Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024     
Novo Portal
Está disponível nova edição da Revista Comunicação, Cultura e Sociedade
PUBLICAÇÃO
Está disponível nova edição da Revista Comunicação, Cultura e Sociedade
08/01/2018 12:50:05
por Hemilia Maia
Foto por: Divulgação

A última edição da Revista Comunicação, Cultura e Sociedade (RCCS) do curso de Jornalismo da Universidade do Estado de Mato Grosso chega ao site imbuída pela provocação temática como pelo vislumbramento de outros horizontes contornáveis.  A edição atual reuni 10 textos e um ensaio fotográfico e pode ser acessada em https://periodicos.unemat.br/index.php/ccs/issue/. Segundo o professor Lawrenberg Advíncula da Silva, editor-geral da RCCS, dessa vez o dossiê é intitulado Mídia, informação e Sociedade brasileira. 

"Ao escolher tal tema para dossiê, a nossa intenção é, primeiramente, ampliar o debate sobre qual é o perfil de imprensa, mas, não obstante, do que é mediação social ou espaço público em um país como o Brasil. Principalmente a partir de um cenário político de tendências reacionárias, extremas, cuja “percepção de/em P&D”, grosso modo: visa desmontar direitos e espaços conquistados nas áreas do ensino e da pesquisa, ao longo de décadas", afirma o editor.

 

A edição Mídia, informação e Sociedade brasileira por Lawrenberg:

O primeiro artigo, intitulado Alguns territórios de Sobral, Ceará, de autoria de Antonio Freitas e co-autoria da professora Telma Sales, trata da relação da violência urbana com o discurso de marginalização de blogs e sites de notícias e do mercado imobiliário. Uma abordagem que, além de revelar um verdadeiro raio-x de como se cristaliza determinados preconceitos sociais de lugares, abre-nos reflexão para um irreversível processo de banalização da vida dos moradores destes territórios estigmatizados.

 

O segundo texto traz o debate de gênero em voga. Discussão pertinente não somente para responder estatísticas cada vez mais preocupantes de violência contra a mulher (a cada 7,2 segundos uma mulher é vítima de agressão física, segundo o site Relógios da Violência, do Instituto Maria da Penha), mas, em se tratando de profissionais e estudantes de Comunicação, enxergar a mulher na mídia alternativa, então caracterizada pela resistência à imprensa tradicional, conservadora, machista e hegemônica. Com o título A presença feminina na mídia independente: análise de representatividade na Agência Pública e Mídia Ninja, as estudantes Ana Vinhote e Raphaella Sconetto, sob orientação da professora Luciane Agnez (IESB-Brasília), apontam para necessidade de mais inserção feminina também para a mídia independente.

 

As questões de gênero na imprensa também são contempladas no artigo O jornalismo como prática discursiva de transformação social ou de manutenção das desigualdades de gênero?, de autoria das jornalistas e pós-graduandas Jéssica Gustafson e Fernanda Nascimento, pela Universidade Federal de Santa Catarina.

 

Nesta edição também dedicou espaço a memória da mídia. Olhar que consta no texto O Ibopatinga: Nacionalismo, jornalismo e história, de Rosana Borges, Tiago Abreu e Gustavo Mota, da Universidade Federal de Goiás (UFG).

 

Tal como, já que iniciamos falando de incentivos à Ciência, é preciso pensar o status do jornalismo científico no Brasil, e no caso do texto da jornalista e assessora de imprensa Danielle Tavares (Unemat), analisar o lugar da ciência e tecnologia como pauta nos jornais de Mato Grosso. Um dos poucos textos “endógenos” desta edição.

Também não faltou debate sobre as novas tecnologias de informação e comunicação e seus impactos sociais nos limiares do sentido do que é público, privado, seguro ou vigiado. São os textos Os drones na Folha de S. Paulo: reflexões sobre vigilância e direitos humanos, de Gabriel Santos e Isabella Sander, sua orientadora, do Rio Grande do Sul; e o Do impresso ao snapchat: a efemeridade enquanto característica essencial do jornalismo, do Eduardo Vasconcellos, mestrando em Comunicação e Cultura Contemporâneas na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Espaço público, cobertura jornalística e vida cotidiana, combinados e/ou isolados, são a tônica do texto de Miriam Abreu. Enquanto fact-checking e fake news constituem objetos de análise minuciosa da pesquisadora Marília Gehrke. Temas atualizadíssimos para falar do Brasil da violência gratuita e, por tabela, do esvaziamento de legitimidade dos dispositivos de conhecimento e informação. O que, não por acaso, traduz o estado necrótico das instituições democráticas.

Por fim: o ensaio fotográfico intitulado O lugar da fotoetnografia nas aulas de Jornalismo, segundo Luiz Achutti, que foi desenvolvido pelo professor Lawrenberg Silva. Trata-se de um trabalho desenvolvido em atividades de campo que, ora reflete sobre o papel do fotografo na realidade, ora pode apresentar elementos valiosos para vislumbrar o que tender-se-ia a caracterizar a memória social de um país com especificidades históricas e geográficas como Brasil, a partir da forma como os meios interferem em uma dada realidade.

 

 

Salvar esta página   Imprimir notícia   Enviar notícia por e-mail Visitas: 24681 | Impressões: 138864
Compartilhar no Facebook

Notícias relacionadas

  • Nenhuma notícia relacionada