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Pesquisadores narram em livro a escassez hídrica do Pantanal
RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA
Pesquisadores narram em livro a escassez hídrica do Pantanal
06/07/2017 23:19:12
por Lygia Lima
Foto por: Moisés Bandeira

“Foi uma experiência muito impactante na minha vida profissional perceber que no Pantanal uma comunidade vivia sem acesso a água, e com esse projeto pudemos promover muitos avanços.” Foi assim que o engenheiro agrônomo do Incra e mestre em Agricultura Tropical Samir Curi definiu o trabalho de pesquisa e extensão realizados no assentamento Laranjeiras, em Cáceres e que resultou na edição do livro “Escassez hídrica e restauração ecológica do Pantanal: Recuperação das nascentes e fragmentos de mata ciliar do córrego no Assentamento Laranjeira I e mobilização para conservação dos recursos hídricos no Pantanal mato-grossense”, lançado nesta quinta-feira (06) durante o 1º Seminário sobre a consolidação do Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP) em Cuiabá.

O livro organizado pelos professores Solange Ikeda Castrillon (doutora em Ecologia), Alessandra Aparecida Elizania Morini Lopes (mestre em Ecologia) e João Ivo Puhl (doutor em História da América) da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e pelo professor Fernando Ferreira de Morais (doutor em Biologia Vegetal) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

O livro foi escrito a muitas mãos, como explica a organizadora da obra, Solange Ikeda. Ela lembrou que muitos alunos de graduação e de pós-graduação se envolveram durante cinco anos no projeto de buscava recuperar as nascentes que estavam secando no assentamento e que vinha dificultando o acesso a água por parte da comunidade.

“O projeto começou em 2010, quando a Dona Maria, nos disse que a mata chama chuva e que quando tinha mais mata tinha mais chuva. Esse foi o ponto de partida para que muitas pessoas se juntassem em um projeto de restauração em que a comunidade e a academia se envolveram mutuamente. Além disso, temos que agradecer aos parceiros, ao Ministério do Meio Ambiente que financiou a pesquisa durante cinco anos, ao Museu Emílio Goeldi e o INPP que financiaram a produção do livro, ao Ministério Público Estadual que viabilizou as madeiras de aroeira para cercarmos as áreas e a editora Carline Caniato que fez a editoração dessa obra”, ressaltou a professora Solange.

O livro conta com 224 páginas e 15 capítulos está estrutura em quatro partes: dimensões humanas, aspectos físicos, aspectos biológicos e plano de desenvolvimento e práticas.

O biólogo José Aparecido Macedo, que contribuiu no plantio das mudas no Assentamento Laranjeiras e participa da obra afirmou que o trabalho desenvolvido no projeto já vem dando resultados. “Hoje já temos mudas com mais de dois metros, e também está aumentando as águas dos córregos, então fico muito feliz de ter participado desse projeto”.

O professor do Instituto Federal de Mato Grosso, José Ricardo Castrillon Fernandez, doutor em Ecologia e Recursos Naturais, lembrou que o resultado desse livro o deixa muito esperançoso, uma vez que a comunidade esta aguardando essa obra coletiva.  O promotor e geólogo André Luis de Almeia, que também é um dos autores do livro, lembrou o papel dos órgãos financiadores no desenvolvimento de pesquisas como essa, que frutificou.   

Para egresso da Unemat, Ítalo Duarte, que desenvolveu seu trabalho de conclusão de curso no Assentamento Laranjeiras a experiência de participar do projeto e se envolver com a comunidade não tem explicação. “Foi muito gratificante e importante na minha vida profissional”.  A acadêmica da Unemat, Brena Cortelete, que foi bolsista de iniciação cientifica no projeto e também assina um capítulo do livro, ela se mudou para Cáceres a fim de fazer biologia e se envolver na pesquisa só lhe trouxe resultados positivos.

O mestrando em Ciências Ambientais da Unemat, Breno Dias Vitorino, falou um pouco como sua pesquisa com a avifauna pode contribuir com a recuperação das nascentes e Margarida Marchetto, que é professora da UFMT e doutora em Engenharia Sanitária o projeto possibilitou uma experiência única, que foi levar água a duas escolas rurais que não tinham acesso. “A gente quando pensa em água, pensa na cidade e se esquece das comunidades rurais ainda mais quando essa comunidade está no Pantanal”, ressaltou.

A obra foi financiada com recursos públicos e será distribuída gratuitamente para universidades, bibliotecas e centros de pesquisas.   

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